Após o chocante desfecho do quarto episódio, que viu a AVT reduzida a frangalhos após a desastrosa missão de Victor Timely (Jonathan Majors), Loki pisa no freio para um penúltimo episódio de temporada que, embora não avance muito a trama, mergulha nas verdadeiras motivações do Deus da Mentira e sua galeria de amigos num respiro muito bem-vindo antes do fim.
[Atenção: Zona de Spoilers de Loki]
Exibido na última quinta (2), “Ciência/Ficção” retoma a história logo após o colapso da AVT. Loki (Tom Hiddleston) é o único a escapar da destruição, devido à volta de seu deslize temporal. Desta vez, a condição permite que o protagonista viaje não apenas no tempo, mas também no espaço, chegando às ramificações da Linha do Tempo Sagrada que abrigam as vidas originais dos agentes da AVT.
De WandaVision a Cavaleiro da Lua e até a própria primeira temporada de Loki, a Marvel tem reservado os penúltimos episódios de suas séries para momentos mais introspectivos. Aqui, a pausa vem com um bem-vindo passeio pelas vidas “normais” dos personagens.
O simpático Casey (Eugene Cordero) é mostrado como um dos presos da infame fuga de Alcatraz. A caçadora B-15 (Wunmi Mosaku) leva a vida como médica. Ouroboros (Ke Huy Quan) é um escritor de ficção científica fracassado, e Mobius (Owen Wilson), para delírio dos fãs, é um vendedor de jet-skis, culminando o arco da paixão do personagem pelo veículo aquático.
Banda reunida
Loki encontra um valioso aliado em Ouroboros, ou “Doug”, que, justamente pela mente aberta às loucuras do espaço-tempo, compra a briga do anti-herói para salvar o universo. O ex-faz-tudo da AVT teoriza que Loki pode controlar o deslize temporal para levá-lo a pontos específicos do tempo, incluindo os momentos antes do desastre na AVT. Mas como viajar para um lugar que não existe, num tempo que não existe?
A solução da dupla é reunir todos os que estavam no salão da AVT no momento do desastre, utilizando a “aura temporal” do grupo como uma espécie de GPS temporal para levar Loki ao momento da crise.
O Deus da Mentira reúne boa parte do bando de volta na oficina de Ouroboros, com uma exceção: a Loki mulher, Sylvie (Sophia Di Martino).
Deuses da solidão
Loki encontra Sylvie na rede de fast food do palhaço (que não pagou nosso jabá), na Terra da década de 1980, e se surpreende porque, ao contrário dos outros, a variante mantém as memórias do que aconteceu na AVT. De frente com “si mesmo”, Loki é forçado a finalmente encarar seus desejos e ambições, por mais que o aparente altruísmo de salvar o mundo esconda o inevitável egoísmo do personagem.
Isso porque Loki admite a Sylvie que, no fundo, o real motivo de sua cruzada é recuperar os amigos, não apenas para salvar o tempo mas para não perder a única coisa que o deu algum propósito além da destruição.
Para um vilão que invadiu e quase escravizou Nova York no primeiro Os Vingadores (2012) por pura petulância, ver Loki disposto a arriscar tudo por aqueles que genuinamente ama chega como um fim de arco propício na interessante jornada de Tom Hiddleston em mais de uma década com o personagem.
Mesmo relutante, Sylvie se junta ao grupo do anti-herói quando vê a própria realidade colapsar. Como previsto, o fim da AVT significa também o fim das ramificações na Linha do Tempo Sagrada, que começam a colapsar.
Para desespero de Loki, é tarde demais para a missão de retorno à AVT, já que a realidade em que o personagem reuniu Mobius, B-15, Casey, Sylvie e O.B. também se esfarela, mais uma vez com exceção do personagem, que finalmente entendem como controlar deslizes temporais.
No fim, não se trata de “como” e “quando”, mas sim de “quem” Loki deseja encontrar. O anti-herói, então, parte para o “passado” disposto a escrever um novo futuro, não só para si mesmo, como para todo o multiverso.
Loki exibe o episódio final da segunda temporada na próxima quinta (9), às 22h, no Disney+. Siga de olho no NerdBunker para mais novidades do Multiverso. Aproveite e conheça todas as redes sociais da gente, entre em nosso grupo do Telegram e mais – acesse e confira.