O quarto episódio de Gen V chegou ao fim com uma grande incógnita. O enigma foi tão forte que a série derivada de The Boys dedicou o quinto capítulo inteiro à sua resolução, focando, que focou em uma investigação que reflete sobre monstros e marionetes.
[A partir daqui, spoilers do quinto episódio de Gen V]
Intitulado “Bem-Vindos ao Clube do Monstro”, o quinto episódio de Gen V retoma os minutos finais do capítulo anterior. Nele, o grupo composto pelos protagonistas está quase contendo Sam (Asa Germann) quando a cena corta misteriosamente para um momento no futuro, em que Marie (Jaz Sinclair) e Jordan (London Thor) estão na cama.
A dupla, assim como Andre (Chance Perdomo), Cate (Maddie Phillips) e Emma (Lizze Broadway), acorda na casa onde aconteceu uma festa grandiosa sem se lembrarem de nada. Além de sequer reconhecer onde estão, em primeiro momento, eles não têm memórias de como foram parar ali ou de detalhes dos dias anteriores.
A busca pela verdade conduz esse episódio, que aproveita o mistério e suas reviravoltas para desenvolver as relações de seus personagens. A principal delas é a de Marie e Jordan, que têm dificuldades em entender exatamente o que uma parte espera da outra, com direito a um distanciamento motivado pelo medo do sentimento não ser correspondido.
O desenvolvimento dessa relação, que tem tudo para seguir o clássico “inimigos que viram amantes”, passa por traumas do passado. De um lado, Marie tem dificuldade em se abrir. Do outro, Jordan tem medo de reviver uma situação do passado, em que não teve aceitação por completo e precisou se limitar a um de seus gêneros para manter uma relação.
Outro possível casal em crise é Sam e Emma. O jovem retorna pedindo desculpas por ter escapado e dizendo que ficou feliz que ela conseguiu fugir a salvo. O problema é que a Grilinha não o reconhece, algo que o rapaz entende instantaneamente como uma ação dos funcionários da faculdade e, especialmente, da Floresta.
Em meio ao impasse e consciente de que não conseguiria convencer Emma, ele parte em busca de uma forma de ajudá-la a se lembrar. Por mais estranho que possa ser, o encontro mexeu com a jovem, que, mesmo sem memória, sentiu algo pelo garoto. Um resquício que a forte ligação que eles construíram nos episódios anteriores ainda existe.
Sam retorna ao episódio em uma cena, no mínimo, curiosa. O momento mostra um dos surtos do rapaz, que começa a alucinar que todos ao seu redor são marionetes. Essa é a deixa que a série usa para transformar Gen V em uma espécie de Vila Sésamo sangrenta, em que o boneco de Sam destroça os bonecos dos agentes que foram caçá-lo.
A verdade (ou quase isso)
O mistério a respeito do que aconteceu é parcialmente revelado ao público logo cedo. Enquanto os protagonistas tentam entender a situação, a série corta para uma conversa entre o Dr. Edison Cardosa (Marco Pigossi) e a reitora Indira Shetty (Shelley Conn).
Na conversa, o médico ameaça se demitir, dizendo que os envolvidos no caso de Sam sabem demais e estão próximos de descobrir o que eles estão fazendo na Floresta. O papo explica que o local, mantido em segredo na Universidade Godolkin, é um laboratório que está desenvolvendo um vírus para controlar os supers.
A reitora não cai na lábia do médico, de que ele vai deixar o emprego – especialmente porque as habilidades dele só são úteis à Vought, empresa que cria, cuida e lucra com os supers. Em resposta, ele tenta uma barganha e pede para usar Marie de cobaia em seus estudos. Shetty nega, dizendo que a jovem tem “um benfeitor” que a deixa fora da alçada do laboratório.
Essa frase serve tanto para abrir o mistério de quem é o tal benfeitor, quanto para indicar que em algum momento a proteção a Marie vai acabar. Porém, esse é um enigma para outra hora, porque voltamos a acompanhar nossos protagonistas na investigação pelo crime.
O grande suspeito do grupo é Rufus (Alexander Calvert), que não apenas tem poderes telepáticos, como também pode querer vingança após Marie explodir seu pênis. A jovem explica que foi uma questão de autodefesa, já que ele havia usado seus poderes para tentar abusar dela.
A história ressoa em Cate, que conta aos amigos que não teve a mesma sorte. Anos antes, ela passou pelo mesmo que Marie, mas, quando acordou, o estupro já havia sido cometido e gravado. Ameaçada, ela nunca contou isso a ninguém e usou os próprios poderes para apagar as próprias memórias do ocorrido. Uma cicatriz que ela ainda carrega na forma de culpa.
Os relatos das jovens foram o suficiente para enfurecer Andre, que parte para confrontar Rufus. O problema é que o jovem com poderes magnéticos estava tão cego de raiva que acabou tocando no telepata, que aproveita a deixa para usar seus dons e se livrar do oponente, que acorda do transe em uma rede de fast food.
A verdade (nua e crua)
Enquanto tudo isso acontece, os nossos heróis vão, aos poucos, chegando à verdade. Utilizando as mais diversas pistas, incluindo provas de que Sam não estava mentindo, Marie e Emma descobrem que a universidade colocou chips para rastreá-los. A Grilinha parte em busca do rapaz e a jovem que manipula sangue corre para contar aos amigos, mas tem a memória apagada novamente.
Isso leva à agitada reta final, em que Marie e Jordan confrontam Rufus, que explica que seus poderes não funcionam em uma distância tão longa. Enquanto isso, Sam aproveita a confiança restaurada e conta toda a verdade a Emma, incluindo uma que o público não sabia: Cate já usou seus poderes para manipular o falecido Luke (Patrick Schwarzenegger) e fazê-lo esquecer do irmão, Sam.
No mesmo momento, Andre invade a casa e está prestes a matar Rufus, quando a merda é jogada no ventilador: foi Cate quem usou seus poderes para dopar e apagar as mentes de seus colegas. Claramente fragilizada pelo que fez, ela tenta explicar que só fez isso para ajudar e restabelece a memória de Andre, que a chama de monstro e se afasta.
A conclusão retoma um momento anterior do episódio, em que Cate fala com a reitora Shetty. Incomodada por mentir para os amigos e consciente de que eles estavam perto da resposta, ela desabafa e, em resposta, ganha um abraço e uma justificativa. Segundo a terapeuta, a jovem estava apenas usando seus dons para o bem, para proteger o grupo. Um forte indicativo de que a telepata foi feita de marionete e agiu por medo de que a Godolkin caçasse os colegas, caso continuassem se lembrando de tudo.
Considerando que ela restabeleceu a memória de Andre ao final, tudo indica que ela está pronta para arcar com as consequências tanto com a universidade quanto com os amigos que traiu. Um altruísmo que prova que ela não é um monstro, rótulo que as heroínas Marie e Emma também receberam ao longo da série. Uma forma singela de indicar que Cate pode ter redenção no futuro. Resta saber se a Godolkin vai permitir que a marionete corte as próprias cordas e prove que não é um monstro.
Gen V ganha novos episódios às quintas-feiras, no Amazon Prime Video. Aproveite e siga o NerdBunker nas redes sociais Twitter, Instagram e TikTok, e entre no nosso grupo no Telegram.