S.T.A.L.K.E.R. 2: Heart of Chornobyl foi anunciado em 2010 e, após mais de dez anos de espera, estamos mais próximos do que nunca de retornar às anomalias, esquisitices e brutalidade da Zona.

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Como de praxe da franquia, o novo jogo do estúdio ucraniano GSC Game World promete ser uma experiência com foco em realismo e mundo aberto dinâmico, misturando elementos de terror, ficção científica, sobrevivência e gerenciamento.

Durante a BGS 2023, tivemos a oportunidade de jogar uma demo e também bater um papo com o produtor Yevhenii “Eugene” Kulyk — o que ofereceu um vislumbre do que pode ser a maior experiência de S.T.A.L.K.E.R. até hoje, mas que ainda está bem prematuro.

Promissor, mas inacabado

Em uma pequena estação no meio do barulhento estande da Alienware, tivemos S.T.A.L.K.E.R. 2 em mãos por cerca de 20 minutos, em uma demo que reflete o desenvolvimento do jogo de um mês e meio atrás.

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Portanto, é uma build relativamente recente, que revela boa parte do estado atual do game em produção — o que não é uma boa notícia. A demonstração é ambientada em uma área aberta com floresta, com poucos pontos de interesse, e o que mais se destaca é o fato de que o polimento, os gráficos, a performance geral e o balanceamento do gameplay estão com aspecto bem inacabado.

As animações de movimentação das mãos do protagonista estão cuidadosas e impressionam, mas todo o mundo aberto, os NPCs e os inimigos estão com aparência abaixo do esperado para um jogo cuja uma das propostas é o realismo. A falta de expressão dos personagens e problemas com textura, por exemplo, são frequentes na demo do início ao fim.

A performance geral também é afetada por muitos bugs, principalmente visuais como inimigos andando através de paredes, e leves travamentos ao explorar o mapa. Outro incômodo foi um desbalanceamento inesperado do combate e problemas com a eficácia das armas. A metralhadora, por exemplo, simplesmente não causa quase nada de dano a uma distância mais longa, e um inimigo comum exige quase um pente inteiro de munição para ser derrotado, enquanto um único golpe com a faca é o suficiente para matá-lo.

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S.T.A.L.K.E.R. 2 terá vários elementos de gerenciamento e simulação cujas profundidades, infelizmente, são bem difíceis de entender em uma demo tão curta (Imagem: GSC Game World/Divulgação)

Como aspectos positivos, estão a presença de novas anomalias, como uma bolha gigante e um jato de fogo direto do chão, que dão um belo ainda mais perigoso ao mundo aberto, e os mistérios da história que, segundo o produtor Kulyk, pode ser jogada por alguém que nunca tocou a franquia.

“Não é obrigatório jogar a trilogia original para entender a história de S.T.A.L.K.E.R. 2, mas, se você jogou todos os três, pegará algumas referências especiais e até reconhecerá alguns rostos conhecidos”, explica Kulyk.

Apesar disso, S.T.A.L.K.E.R. 2 é uma sequência direta da trilogia da franquia — composta por Shadow of Chernobyl, Clear Sky e Call of Pripyat — e tivemos a confirmação do produtor em primeira mão de que se passa 10 anos depois dos jogos originais.

Kulyk também reforça que o jogo terá uma narrativa densa e não-linear, com “muitas decisões” a serem tomadas pelo jogador e “múltiplos finais”. “Para ver tudo o que o jogo oferece, é preciso zerar, no mínimo, duas vezes […] A duração para finalizar todo o conteúdo deve ultrapassar as 100 horas”, completa.

Tudo ainda será ambientado em um mundo aberto com 64 km² em tamanho, com áreas geradas não proceduralmente e uma versão aprimorada da A-Life, sistema de inteligência artificial que faz com que NPCs e inimigos tomem ações que independem do protagonista. Os elementos de simulação, como ter que comer e dormir, também vão afetar diretamente o gameplay na exploração. Não ter uma boa noite de sono, por exemplo, pode acarretar em alucinações, esgotamento rápido da stamina e um efeito de ‘olhos se fechando’ na tela.

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Em relação à falta de personagens femininas na franquia e se há possibilidades de finalmente vermos mulheres na trama de um S.T.A.L.K.E.R., no entanto, o produtor não quis comentar sob a justificativa de “não querer dar spoilers”.

O jogo terá tradução em português brasileiro em texto, mas não dublagem (Imagem: GSC Game World/Divulgação)

De forma geral, a sensação é que S.T.A.L.K.E.R. 2 ainda não está nada pronto para o lançamento previsto para 2024, estando em um estado bem inacabado — o que é compreensível, uma vez que GSC Game World está com um desenvolvimento conturbado por causa do conflito entre Rússia e Ucrânia.

Tudo o que foi mostrado, por mais que ainda esteja com uma aparente grande falta de refinamento, é bem promissor e tem potencial de ser o maior jogo de S.T.A.L.K.E.R. até hoje. Resta esperar para ver se o lançamento continuará com a mesma previsão e quanto progresso os desenvolvedores farão até lá.


S.T.A.L.K.E.R. 2 será lançado para PC e Xbox em algum momento de 2024. O produtor não quis comentar sobre a possibilidade de uma versão para PlayStation no futuro.

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