Depois de muito sucesso lá fora e até uma continuação garantida, Fale Comigo enfim desembarcou nos cinemas brasileiros. O filme de terror entrega uma jornada macabra de jovens que descobrem uma forma de invocar espíritos.
A reta final do longa é bastante empolgante ao deixar tudo mais bizarro e enigmático, até chegar em uma conclusão muito impactante. Ficou perdido? Então entenda melhor o final do filme!
[Cuidado! Spoilers de Fale Comigo abaixo]
Na história, uma mão embalsamada permite que os vivos conversem com os mortos e até sejam possuídos por eles, caso queiram. O espírito pode ficar no corpo de alguém por 90 segundos, no máximo. Após esse tempo, no entanto, a entidade pode acabar se recusando a retornar, brigando pela alma do hospedeiro de formas violentas.
Além das regras da utilização da mão, o plano espiritual de Fale Comigo é propositalmente elusivo. O mais próximo que o público vê do “Além” é em uma visão, que mostra Riley (Joe Bird) sendo torturado e devorado por assombrações em algum lugar infernal. Como nem o público e nem os personagens compreendem como tudo funciona, a reta final do longa mostra um espírito se aproveitando da falta de conhecimento de Mia (Sophie Wilde).
Ao longo do filme, a personagem gradualmente se vê obcecada pela mão e pela experiência de ser possuída, até ser visitada, literalmente, por um fantasma de seu passado. A jovem carrega o trauma da perda da mãe, que morreu de uma overdose acidental um ano antes dos eventos da trama. Em dado momento, a mãe de Mia parece possuir Riley, o que faz com que ela ignore a regra de 90 segundos na tentativa de entender melhor sobre a morte acidental. Tal ação não só faz com que o garoto seja agredido pela entidade invasora, como também faz Mia passar a ter visões sobrenaturais no mundo real.
É aqui que as coisas começam a ficar confusas para a protagonista. Atormentada por vultos, ela tenta de tudo para resgatar a alma de Riley e se comunicar com o espírito da falecida mãe. Ela usa a mão embalsamada, mas as respostas confundem tudo: o suposto espírito da mãe coloca em sua cabeça que Max (Marcus Johnson), pai da jovem, não é humano e pode ter sido responsável pela morte.
Desconfiada, Mia busca respostas com Max, que revela uma carta de suicídio deixada pela mãe da protagonista. O pai afirma que não tinha revelado o bilhete antes como forma de proteger a filha, fazendo-a acreditar que foi uma overdose acidental ao invés de um suicídio. Mesmo com evidências, Mia não acredita por conta do aviso da entidade. Durante uma visão sobrenatural em que é atacada, ela acaba esfaqueando o próprio pai, achando que se tratava de alguma força maligna tentando iludí-la.
Tomada pelo arrependimento, a jovem vê uma forma de afastar os espíritos de vez: matar Riley e dar aos fantasmas a alma que eles tanto querem. Ela ilude a família do garoto e o sequestra do hospital, levando-o de cadeira de rodas até uma movimentada rodoviária. Prestes a arremessá-lo no trânsito impiedoso, a irmã do rapaz aparece para salvá-lo ao mesmo tempo que Mia percebe que está sendo manipulada. A protagonista se joga aos carros, preservando a alma de Riley ao entregar a própria no lugar.
Desnorteada, ela é levada de volta ao hospital, onde observa Riley, a família do garoto e seu pai recebendo alta com ferimentos já curados, mas não consegue se comunicar com eles e nem ser vista. As luzes se apagam e a jovem vê apenas um brilho contido na escuridão.
Mia caminha até a luz e encontra uma mão em um quarto, se dando conta de que está morta, uma alma perdida sendo invocada para o mundo dos vivos. Ela encosta na mão e se vê de frente para outro grupo de jovens, que permitem que seu espírito os possua, assim dando continuidade ao ciclo.
Considerando que Mia foi possuída logo no começo do filme, por uma entidade que mostrou interesse em Riley desde o início, é certo dizer que tudo aconteceu de acordo com os planos do espírito invasor. O garoto nunca foi realmente o alvo, mas sim uma isca para fazer com que a jovem tirasse a própria vida. No fim das contas, a entidade vence, e Mia fica confinada no plano espiritual em que a mão embalsamada é a única ponte para o mundo real.
Fale Comigo já está em cartaz nos cinemas brasileiros.