A PlayStation é referência quando o assunto são jogos narrativos. E, dentro dos títulos com o selo da empresa, The Last of Us 2 é, com folga, um dos mais icônicos e comentados desde seu lançamento em 2020.

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Apesar do sucesso do game, que impulsionou a franquia a virar série da HBO, um terceiro jogo ainda não tem previsão de lançamento. Enquanto isso, o estúdio Naughty Dog segue revitalizando as experiências que já lançou.

Após liberar uma versão remodelada do primeiro jogo no PS5 e PC, o estúdio agora lança, em 18 de janeiro, The Last of Us 2 Remastered. A nova edição traz o aclamado título, vencedor do prêmio de Jogo do Ano, com melhorias gráficas e outras novidades, como o modo roguelite Sem Volta.

Jogo: The Last of Us Parte 2 Remastered
Lançamento: 18/01/2024
Plataforma de teste:
PS5
Preço: R$ 250 (ou R$ 50 para quem já possui versão de PS4)

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Mas vale a pena fazer o upgrade para a nova versão, que chega custando R$ 50 para quem já possui o jogo? Eu tive a oportunidade de jogar The Last of Us 2 Remastered por completo antes do lançamento, cortesia de uma key enviada pela Sony, e trago aqui as impressões nesta análise do game.

O The Last of Us 2 que conhecemos está de volta

Enquanto a versão remasterizada é focada em aprimoramentos técnicos e de gameplay, não podemos deixar de falar da brilhante história de The Last of Us Parte 2. Se você ainda não teve a oportunidade de jogar o game, a dica é aproveitar o relançamento, ou pegar a versão do PS4 mesmo, e conhecer o jogo o quanto antes.

Enquanto a série de TV aclamada da HBO só receberá sua segunda temporada em 2025, já temos a confirmação de que a narrativa seguirá os acontecimentos do segundo jogo da franquia. E, olha, a narrativa é consideravelmente mais elaborada que o primeiro título.

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Dando bastante ênfase na temática de vingança, a história introduz a personagem Abby como nova protagonista. Além disso, também temos o retorno de Joel e Ellie, que estão mais maduros após os acontecimentos do primeiro game.

Não vamos dar spoilers da história para quem ainda não jogou, mas a história de The Last of Us 2 é de explodir cabeças. Recheada de reviravoltas e revelações, a narrativa do game oferece diferentes pontos de vista no universo desolado em que a franquia se passa.

A versão remasterizada não conta com mudanças na narrativa, tampouco novidades como fases que aprofundam a história. Com isso, se você já jogou o game no PS4, terá apenas a experiência anterior otimizada para a nova geração de consoles. E, para quem está chegando agora, prepare-se para uma montanha-russa de emoções.

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Melhorias gráficas e otimizações para o PS5

Quando o assunto é performance, The Last of Us Parte 2 é a versão definitiva da obra da Naughty Dog. Enquanto o título conta com suporte para 60 quadros por segundo sem o remaster, a nova edição garante melhorias visuais e de resolução no PS5.

Ao acessar as opções gráficas, o jogador agora possui três grandes novidades no menu:

  • O modo Fidelidade, que mira os gráficos em 4K nativo e garante visuais mais rebuscados
  • O modo Desempenho, que trabalha com resolução 1440p e upscaling
  • O modo de framerate desbloqueado, que permite jogar com mais quadros em monitores e TVs compatíveis.

A diferença visual é perceptível na parte de resolução e texturas, garantindo melhoras em comparação ao que tínhamos na versão original. O site Digital Foundry certamente fará um comparativo técnico rebuscado mostrando todos os pormenores dessa parte, mas como jogadora mais “simples”, posso dizer que a experiência é bonita, mas não é um “gamechanger”.

A versão remasterizada traz “gráficos no alto” para The Last of Us 2.

No fim das contas, o upgrade gráfico é similar ao que temos em jogos do PC: jogar no PS5 com o upgrade é como rodar um game no Ultra em um computador de alto desempenho, enquanto a versão padrão traz gráficos inferiores, mas entrega 60 quadros por segundo e a exata mesma experiência.

A única “novidade” que afeta o modo história são as melhorias no DualSense. O controle do PS5 agora é totalmente otimizado para The Last of Us 2 com o remaster, recebendo suporte para gatilhos adaptáveis no uso de arco, vibração na fala e várias opções de customização ao vibrar.

Sem Volta: a grande novidade no gameplay

Quando o assunto é jogabilidade, a grande novidade do remaster, e talvez a maior adição, é o modo Sem Volta. Usando mecânicas de roguelike, o “No Return” permite jogar sessões de combate contra inimigos em ambientes abertos.

O jogador pode escolher entre o elenco de personagens, que vai crescendo na medida de tentativas realizadas, e seguir por diferentes caminhos. No final da trilha de fases, que também contam com modificadores, você deve enfrentar um chefão.

O novo modo é um deleite para quem curte a jogabilidade de The Last of Us 2, permitindo explorar melhor o gameplay e os personagens do game. Afinal, você finalmente pode jogar com rostos familiares como Joel e Lev, aproveitando suas fraquezas e vantagens durante a jornada.

É importante ressaltar, no entanto, que esse modo acaba sendo apenas um extra. Ou seja, não espere nenhuma migalha de história ao jogar Sem Volta, apenas gameplay de tiro, porrada e bomba. Além disso, é importante ressaltar que o modo é roguelike: se você morrer, todo o progresso é perdido.

Na minha experiência, o modo serve mais para quem gosta da carnificina oferecida para quem curte a jogabilidade de The Last of Us. No entanto, com uma história que fala tanto sobre vingança e violência, é um pouco contraditório ver o estúdio investindo pesado em um modo que tem como principal objetivo matar. No fim das contas, o modo sem volta praticamente transforma em arcade e diversão o que a história principal mais critica.

Fases extras e modo violão

Modo de Fases Perdidas possui conteúdos cortados do game.

Por fim, o remaster de The Last of Us Parte 2 também conta com duas outras novidades. A primeira delas são as “Fases Perdidas”, que estão disponíveis entre os Extras do game. Enquanto o nome pode dar a entender que teremos conteúdo inédito aqui, não é bem assim que a novidade funciona.

As Fases Perdidas são basicamente “retalhos” que foram descartados do jogo final e que podem ser acessados pelo jogador, trazendo comentários de desenvolvedores. É possível, por exemplo, visitar a vila de Jackson antes da icônica festa do início do jogo, mas sem realizar muitas interações além de andar no cenário.

Você pode mandar o cavaco chorar em The Last of Us 2 Remastered.

Já o “modo violão” permite ficar dedilhando diferentes instrumentos musicais com Ellie, Joel e até Gustavo Santaolalla, compositor da trilha sonora de The Last of Us. Assim como as Fases Perdidas, esse modo também serve apenas como um “presente” para os fãs mais ávidos, sem trazer novidades que expandem o universo da franquia.

Vale a pena?

The Last of Us 2 Remastered expande a experiência do jogo original com otimizações para o PS5 e novos modos de jogo. Se você é fã da franquia, e principalmente do segundo game, e quer ter a experiência definitiva com o título, o upgrade de R$ 50 é para você.

No entanto, se você só se importa com a história de The Last of Us 2, pagar R$ 50 pode ser demais. O modo Sem Volta é totalmente focado em gameplay, por isso é recomendado para quem curte mesmo a jogabilidade do game.

Já as Fases Perdidas e o modo de violão servem mais como uma homenagem para a franquia do que um conteúdo realmente significativo para a franquia como um todo. Por fim, as otimizações gráficas para o PS5 são bem-vindas, garantindo melhor resolução para o game, mas dá pra viver bem jogando a versão original em 60 quadros por segundo se você está com a grana curta.

Para quem é dono do PS5 e pretende ter a experiência completa com o jogo, principalmente antes da estreia da segunda temporada da série em 2025, vale a pena ficar de olho na edição remasterizada, principalmente se rolar um desconto maneiro durante as promoções da PS Store.

Afinal, em um mundo com quase todo jogo custando R$ 300, The Last of Us 2 Remastered chega por R$ 250 e entrega uma boa experiência de gameplay e excelente narrativa. O lançamento está marcado para 18 de janeiro no PS5.