2023 foi bastante movimentado para a cultura pop, e não foi diferente para o terror. O cinema de gênero teve um ano repleto de novidades de todos os cantos do mundo, com diretores novatos, sagas inéditas e continuações de franquias aclamadas.

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Separamos abaixo os 15 melhores filmes de terror lançados em 2023!

1 – Batem à Porta

[Créditos: Divulgação]

Por mais que a popularidade de M. Night Shyamalan seja inconstante, o talento do cineasta é inegável – especialmente em obras mais contidas, como é o caso de Batem à Porta. Neste suspense apocalíptico, um casal e filha precisam decidir quem sacrificar para impedir o fim do mundo, após terem as férias interrompidas por um grupo de lunáticos.

É um filme carregado pelo mistério, suspense e descrença, mas também pela empatia e o entendimento da dor do outro. A direção de Shyamalan é dinâmica, o texto é sensível, e Dave Bautista (Guardiões da Galáxia) se destaca entre o ótimo elenco, entregando atuação muito mais contida e vulnerável que a grande maioria de seus personagens.

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Disponível para streaming no catálogo do Telecine

2 – Fale Comigo

[Créditos: Divulgação]

O grande queridinho do horror em 2023, Fale Comigo triunfou mesmo tendo surgido do nada, com premissa original, elenco desconhecido e diretores novatos, os irmãos Danny e Michael Philippou, dupla de youtubers australianos. O resultado é um filme inventivo, despretensioso e marcante.

Na trama, um grupo de jovens descobre uma diversão macabra: uma mão embalsamada que faz qualquer pessoa ser possuída brevemente por espíritos. Após ficarem viciados na emoção de mexer com os mortos, as coisas logo saem do controle quando traumas do passado voltam para assombrar uma das jovens.

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É um filme com ótimos momentos de tensão e nojeira, mas também cenas divertidas de descontração e uma boa metáfora sobre vício em drogas e pressão social.

Disponível para compra/aluguel digital no Google Play e Apple TV

3 – Jogos Mortais X

[Créditos: Divulgação]

É muito raro que o décimo filme de uma franquia de terror seja bom. Jogos Mortais X consegue ao retomar a essência da saga, deixando a trama novelesca e embolada para trás, com modernizações e melhorias muito bem-vindas.

Ambientado entre os dois primeiros longas, o filme segue um Jigsaw (Tobin Bell) desesperançoso, que tenta encontrar cura para seu câncer terminal com um tratamento experimental no México, apenas para perceber que foi enganado. A vingança do maníaco contra os golpistas é violenta, com armadilhas grotescas e sanguinárias, mas no meio disso tudo há uma humanização genuína do personagem, apoiada por atuação fortíssima de Tobin Bell.

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É o equilíbrio perfeito entre o “charme” dos primeiros capítulos, as armadilhas violentas dos títulos mais tardios da franquia, e um desenvolvimento de personagem muito necessário para elevar o longa além do derramamento de sangue, que já se tornou banal.

Disponível para compra/aluguel digital no Google Play, Apple TV, Microsoft Store e Amazon

4 – A Morte do Demônio: A Ascensão

[Créditos: Divulgação]

Depois de uma década, Evil Dead retornou aos cinemas com A Morte do Demônio: A Ascensão. Produzido por Sam Raimi e Bruce Campbell, os idealizadores da saga nos anos 1980, o filme se muda dos chalés na floresta para a ambientação urbana de um prédio decrépito em Los Angeles.

A desgraça, porém, é a mesma de sempre: alguém esbarra no Livros dos Mortos, e demônios sanguinários aparecem para tocar o terror. Mesmo que um pouco formulaico, A Ascensão é uma dose intensa de terror gráfico e ousado, que choca, diverte e aterroriza com o declínio de uma família pela mão das forças do mal. E isso tudo sem sequer mencionar a excelente cena de abertura!

Disponível para streaming no catálogo da HBO Max

5 – Toc Toc Toc: Ecos do Além

[Créditos: Divulgação]

“Família” foi um dos temas que mais deu as caras no horror em 2023. Depois de A Morte do Demônio, outro que colocou as intrigas domésticas no centro foi Cobweb, que chegou ao Brasil com o terrível título de Toc Toc Toc: Ecos do Além.

Apesar do nome lamentável, o filme de Samuel Bodin (Marianne) é bastante competente em criar uma situação de pesadelo para um garoto, que não só é perseguido por uma entidade em sua própria casa, como ainda tem que lidar com pais abusivos — interpretados por Lizzy Kaplan e Antony Starr, o Homelander de The Boys.

Disponível para compra/aluguel digital no Google Play, Apple TV, Microsoft Store e Amazon

6 – Huesera

[Créditos: Divulgação]

Além da família, alguns dos filmes também focam na experiência da mulher como mãe. Um dos melhores do ano, o mexicano Huesera transforma a gravidez em pesadelo quando a protagonista se vê atormentada por uma entidade.

Fortíssima estreia de Michelle Garza Cervera na direção e roteiro, o longa questiona o papel em que a mulher é colocada quando se torna mãe, expondo mudanças na relação com o marido, com o mundo e com o próprio passado. É um filme tenso, horrorizante e altamente relevante.

Disponível para streaming no Amazon Prime Video

7 – Pânico VI

[Créditos: Divulgação]

Com quase 30 anos nas costas, a franquia Pânico lentamente beira a saturação, mas Pânico VI serviu como um marco de que a saga ainda não entregou um filme ruim durante todo esse tempo. Deixando a cidade de Woodsboro, o longa segue as irmãs Carpenter em Nova York, quando novamente são perseguidas por maníacos vestidos de Ghostface.

Ainda que a revelação final seja um pouco decepcionante, o filme compensa com bons personagens, e cenas de perseguição intensas e memoráveis, e um Ghostface bastante impiedoso e ameaçador.

Considerando que o sétimo filme passa por problemas de desenvolvimento, é possível que a franquia não dure muito mais. Seja como for, Pânico VI é um avanço em relação ao quinto filme, e mais um capítulo robusto da saga.

Disponível para streaming no Paramount+

8 – Sick

[Créditos: Divulgação]

Nos anos 1990, Pânico só se tornou um sucesso pela junção de duas forças: o cineasta Wes Craven (A Hora do Pesadelo) e o roteirista Kevin Williamson (Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado). Craven infelizmente morreu em 2016, mas Williamson continua firme e forte no cinema — e Sick é a prova disso.

Nesse horror de pandemia, um grupo de amigas fazendo isolamento social (lembra disso?) se vê atormentada por um maníaco mascarado. A premissa é simples e o humor é ácido, mas Sick demonstra o talento gigantesco de Kevin Williamson para imaginar cenas de perseguição extensas, sufocantes e marcantes.

Disponível para compra/aluguel digital no Google Play, Apple TV e Amazon

9 – Feriado Sangrento

[Créditos: Divulgação]

Depois de alguns anos longe do horror, Eli Roth (O Albergue) retornou com tudo. Feriado Sangrento é um slasher com charme setentista, mas com premissa e sensibilidades modernas.

Um ano após um incidente na noite de Black Friday tirar vidas, um maníaco mascarado passa a matar possíveis responsáveis pela tragédia. O longa conquista com senso de humor macabro, mortes bastante violentas e um assassino bem forte, cuja identidade é um mistério intrigante.

Feriado Sangrento já teve continuação confirmada, e faz sentido que tenha sido tão rápido: além de sucesso de bilheteria, o filme tem todas as qualidades que um bom slasher precisa!

Em cartaz nos cinemas brasileiros

10 – Beau Tem Medo

[Créditos: Divulgação]

Se Hereditário e Midsommar não haviam deixado claro, Beau Tem Medo evidencia ainda mais o quão insana é a mente de Ari Aster. Com quase três horas de duração, é um verdadeiro épico da desgraça que explora todas as vertentes do humor bizarro e dos temas que interessam ao cineasta.

Beau, vivido pelo excelente Joaquin Phoenix (Coringa), é um homem ansioso que precisa ir até o funeral da mãe, enfrentando tudo que pode dar errado pelo caminho. A performance de Phoenix carrega o longa por caminhos progressivamente mais esquisitos, que vão da violência urbana a um surto de problemas maternos mal resolvidos.

Beau Tem Medo não é um filme para todos, mas é tão confiante da própria loucura que merece ser testemunhado.

Disponível para streaming no Amazon Prime Video

11 – V/H/S 85

[Créditos: Divulgação]

Antologia de horror found footage, V/H/S já se tornou uma tradição anual, sempre reunindo grandes diretores para pequenas doses de desgraça no mês de outubro. V/H/S 85 mantém a tradição com uma seleção de histórias assustadoras, rodadas em baixa fidelidade e muito sangue.

Dessa vez, a antologia conquista com segmentos em que a diretora Gigi Saul-Guerrero (Fronteira do Medo, Bingo Hell) invoca um deus azteca no México após um terremoto, e outro em que Scott Derrickson (O Telefone Preto, A Entidade) imagina um assassino que envia fitas de seus crimes para a polícia — dias antes deles acontecerem.

Vale a pena mergulhar de cabeça e se deixar surpreender pela boa variedade de curtas banhados em estática.

Disponível para compra/aluguel digital no Claro Video

12 – M3GAN

[Créditos: Divulgação]

Fruto da mente de Akeela Cooper (Maligno), M3GAN foi um dos surtos mais divertidos do ano, que dominou a internet com dancinhas e conquistou os espectadores pela combinação única de acidez, breguice e intimidação. O longa segue uma tia que precisa lidar com a crescente influência da andróide assassina que ajudou a criar na vida da sobrinha órfã.

Quase como uma paródia sombria de um filme de Steven Spielberg, o longa explora a amizade da criança com a robô, que se torna uma máquina de matar, cujo único objetivo é proteger a menina.

Poderia ser um pouco mais assustador? Sim, mas ainda assim é repleto de cenas divertidas, graças à sua matadora, que facilmente se consagra como uma nova ícone do horror, ao ponto de já ter garantido sequência.

Disponível para streaming no Telecine

13 – Dezesseis Facadas

[Créditos: Divulgação]

O terror surtado, que mistura absurdos, horror e humor, teve um bom ano em 2023. Outro exemplo disso é Dezesseis Facadas, slasher com pegada de comédia adolescente e viagem no tempo.

Protagonizada pela ótima Kiernan Shipka (O Mundo Sombrio de Sabrina), a trama segue uma jovem cuja mãe é uma das poucas sobreviventes de um maníaco oitentista — até que, 35 anos depois, ele retorna para finalizar a matança. Para tentar salvar a mãe de um desfecho terrível, ela decide voltar no tempo e parar o serial killer antes dele sequer começar.

Estreia no gênero da diretora Nahnatchka Khan (Meu Eterno Talvez), o longa é leve e divertido, mas sabe como construir momentos decentes de tensão e tem mistério bastante competente. É um ótimo respiro em meio a sanguinolência!

Disponível para streaming na Netflix

14 – Godzilla Minus One

[Créditos: Divulgação]

Por Gabriel Avila

Para comemorar os 70 anos que Godzilla completa em 2024, a Toho presenteou os fãs do monstrão com Godzilla Minus One. Situado no delicado período do pós-Guerra, o filme imagina o surgimento do kaiju no momento em que o Japão começava a se reconstruir de um conflito que arrasou o país de diferentes maneiras.

Com direção, roteiro e efeitos visuais de Takashi Yamazaki, que já havia trabalhado no excelente Shin Godzilla (2016), Minus One acerta em tudo o que se propõe. Com uma reconstrução de época tão bela quanto arrasadora, a produção costura o espetáculo da destruição com um drama humano cortante, que faz com que as pessoas realmente tenham importância. Tudo isso em uma das encarnações mais assustadoras e poderosas do Godzilla, que faz valer o título de Rei dos Monstros com um dos momentos mais horripilantes que o cinema foi capaz de produzir em 2023.

  • Crítica de Godzilla Minus One

Em cartaz nos cinemas do Brasil

Menções honrosas

[Créditos: Ninguém Vai Te Salvar/Divulgação]

Com um ano muito recheado, alguns filmes não chegaram a entrar na lista, mas merecem elogios e considerações!

  • Raquel 1:1, de Mariana Bastos: pela excelente performance de Valentina Herszage como a protagonista — leia a crítica;
  • Ninguém Vai Te Salvar, de Brian Duffield: pelo conto de alienígenas conduzido quase sem palavras, e pela ótima atuação de Kaitlyn Dever que sustenta tudo isso;
  • Sobrenatural: A Porta Vermelha, de Patrick Wilson: pela sólida estreia do ator Patrick Wilson na direção — leia a crítica e veja a entrevista com o elenco;
  • O Exorcista do Papa, de Julius Avery: pelo padre exorcista heróico interpretado por Russell Crowe, que parece saído direto de Doctor Wholeia a crítica.

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