Enquanto vários animes novos chamam a atenção dos fãs, como Jujutsu Kaisen e Spy x Family, a onda otaku que toma conta do Brasil também conta com alguns retornos importantes, como é o caso de Digimon. A franquia dos monstrinhos digitais está em cartaz nos cinemas com o filme Digimon Adventure 02: O Início, e conversamos com a dubladora Lhays Macedo sobre toda a nostalgia que envolve o lançamento.
Nascida em Brasília, Macedo começou a trabalhar com dublagem em meados de 2010 e tem uma boa experiência na área. Em Adventure 02: O Início, ela faz a voz nacional de Kari, irmã mais nova do protagonista Tai, que é a última a ser integrada ao grupo.
“O filme foca nos personagens da segunda temporada da produção, já adultos. Esse detalhe é muito incrível, porque os fãs podem se identificar com a nostalgia e, ao mesmo tempo, com a passagem de tempo.”
Sobre a experiência de dublar a personagem, ela diz que, normalmente, a equipe de voz nacional não recebe os roteiros com antecedência, então sempre é uma experiência única chegar ao estúdio e descobrir como será o trabalho. “Eu havia feito o teste para dublar há algum tempo e não sabia se havia passado. Fui escalada no estúdio para uma produção misteriosa e, quando cheguei lá, me deparei com Digimon. Foi uma baita [sic] emoção.”
Digimon e a nostalgia da TV aberta
Um lançamento como este nos cinemas gera diversos sentimentos nostálgicos nos fãs de Digimon, que começaram a acompanhar o anime ainda na TV aberta. Lhays Macedo revela que não era tão fã assim do desenho na infância, mas, como todos nós, não conseguia ficar parada quando tocava a clássica abertura nacional:
“Claro que, quando a Angélica começava a cantar a abertura no programa dela, eu cantava junto. Mas conheci a história mais profundamente durante a dublagem do filme. O diretor Gustavo Nader me ajudou bastante a mergulhar no universo e o tradutor do filme, Paulo Noriega (fãzaço da franquia), também fez uma super diferença para a produção ficar bem redondinha, honrando os fãs.”
Por falar em fãs, a dubladora diz que a relação com o público hoje é ainda mais próxima, por conta das redes sociais. Presente em plataformas como YouTube e TikTok, Macedo afirma que é uma sensação engraçada, mas muito recompensadora. “Não é raro um rapaz enorme de 18 anos me parar na rua e dizer que marquei sua infância. Ainda é uma sensação engraçada, porque sou muito nova também. Eu adoro.”
Como dito acima, além de retornos nostálgicos como Digimon, vários outros animes estão ganhando cada vez mais espaço na cultura pop, especialmente no Brasil. Para muitos, trata-se realmente de uma “nova onda”, semelhante à que aconteceu nos anos 1990. Macedo celebra o momento, dizendo que isso se reflete bastante nas oportunidades de trabalho:
“Perdi as contas de quantos animes dublei esse ano, mas posso citar alguns: Tomie em Junji Ito: Histórias macabras do Japão, Misaki em Don’t toy with Miss Nagatoro, Mimosa de Black Clover, Momo em Vampiro no Jardim; e alguns outros que minha memória de dubladora não me permite lembrar. Percebo que não só os animes, mas a cultura do leste asiático em geral vem caindo no gosto popular de um jeito novo recentemente. O que é incrível para nós, dubladores.”
Para o futuro, a dubladora indica que continuará na área e deixa no ar que os fãs vão reconhecer sua voz em mais produções em breve: “Sigilo no mundo da dublagem é nosso nome e sobrenome (risos). Mas tenho projetos lançados recentemente que foram muito marcantes. Posso citar a animação Mavka, que estreou nos cinemas mês passado, a Ji-na, no dorama Desgraça ao seu dispor e… um dorama bem esperado que estreia semana que vem na Netflix. Esse vou deixar para a especulação dos fãs.”
Digimon Adventure 02: O Início segue em cartaz nos cinemas brasileiros.
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