Super Mario RPG é uma das pérolas mais inusitadas da Nintendo da década de 1990. Com a ideia de reinventar a franquia do encanador bigodudo, a empresa japonesa fechou uma parceria com a Square Enix, que se chamava simplesmente “Square” na época, para a criação de um RPG ambientado no Reino dos Cogumelos.

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Então surgiu uma das experiências mais malucas do gênero (no bom sentido!), apostando em uma boa dose de humor, novos personagens e reviravoltas que ninguém esperava do universo de Super Mario — um clássico instantâneo.

A aventura de Mario, Mallow, Geno, Bowser (pois é) e Peach está de volta após quase 30 anos, em um remake que serve mais como uma versão definitiva, sendo a maneira quase perfeita de revitalizar um clássico com um nível alto de fidelidade.

Admirável mundo velho

Em Super Mario RPG, um vilão misterioso chamado Smithy decide tocar o terror no Reino dos Cogumelos, invadindo o Castelo do Bowser e roubando as estrelas da Star Road. Isso faz com que Mario, o herói da região, tenha que se unir a vários aliados — até mesmo improváveis, como Bowser — para restabelecer a ordem.

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Essa é a premissa da história do jogo original, mas que também serve para o remake, uma vez que a nova versão é extremamente fiel em termos de conteúdo (sendo praticamente em estilo 1:1), com as novidades ficando para detalhes adicionais e, principalmente, visual.

Mesmo quase 30 anos depois, o choque dos personagens com a aliança inusitada entre Mario e Bowser continua hilária (Imagem: Nintendo/Captura de tela)

Super Mario RPG originalmente tem visual em 2D que simula um aspecto 3D nos cenários. O remake moderniza os gráficos por completo, tornando-os totalmente tridimensionais e adotando um estilo chibi (ou seja, com dimensões pequenas) — algo similar ao tratamento que a Nintendo deu ao Zelda: Link’s Awakening, em 2019.

Toda a interface foi retrabalhada para ter uma roupagem atual e clara, fortalecendo a identidade visual do jogo, além de deixar as opções de equipamentos, itens e party mais organizadas para o jogador.

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A presença de custcenes, que transformam trechos importantes do original em belíssimas cenas cinematográficas, também são de encher os olhos. E quem diria que até a simples tela de “level up” seria capaz de aquecer corações? Mesmo esse momento singelo recebeu uma boa repaginada visual, colocando toda a equipe para dançar em um palco, enquanto o jogador escolhe os status que deseja aprimorar.

As cutscenes parecem de um jogo completamente novo (Imagem: Nintendo/Captura de tela)

Os gráficos modernizados — que fazem locais icônicos como Marrymore, Barrel Volcano e Land’s End parecerem mais vivos, coloridos e fofos do que nunca — dão ainda um novo ar à exploração dos cenários. Por exemplo, evitar e driblar inimigos para não entrar em combate é bem mais fácil, uma vez que o aspecto 3D está visualmente mais destacado.

Além disso, o “mapa do mundo” recebe um tratamento extra com viagem rápida de qualquer lugar, o que facilita (e muito) a locomoção entre regiões, e um sistema frequente de “autosave” (salvamento automático), que impede a perda de tanto progresso quando o jogador é derrotado.

A duração do remake é praticamente a mesma do original, graças à fidelidade no conteúdo (Imagem: Nintendo/Captura de tela)

A fidelidade também aparece com força na jogabilidade que, além da exploração de cenários, envolve combate em turnos. Todos os sistemas de “botões de ação” e golpes divertidos (sim, Bowser ainda tem o ataque de jogar Mario contra inimigos) estão presentes, com a maior novidade ficando para a opção de substituir um personagem por outro no meio da luta. Isso torna as batalhas bem mais tranquilas por ampliar os recursos disponíveis ao jogador — que pode optar por alternar ou não, se preferir manter a experiência original.

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Outra novidade mais geral é que o remake oferece dois níveis de dificuldade: a Normal, que equivale à mesma do jogo de 1996; e a Breezy, uma inédita para quem quer focar na história.

Os ataques do combate em turno funcionam até de uma maneira mais fluida graças ao visual (Imagem: Nintendo/Captura de tela)

Assim como os gráficos, a trilha sonora também passa por um tratamento cuidadoso, com novas versões das músicas clássicas. Elas soam mais polidas, com notas mais nítidas e rearranjos de trechos específicos — ficando o destaque para as excelentes faixas de Barrel Volcano e dentro do castelo de Nimbus Land, que ganharam mais vida com a repaginada.

Se você é um jogador mais saudosista, no entanto, não se preocupe. Existe a opção de mudar para a trilha sonora original a qualquer momento e aproveitar todo o jogo com um ar ainda mais nostálgico.

Há um “journal” com informações do que aconteceu na história até então e um bestiário, com dados dos inimigos (Imagem: Nintendo/Captura de tela)

Apesar de poucas, algumas Piranhas aparecem no meio das flores de Super Mario RPG, que são ausências de melhorias básicas que fizeram bastante falta na experiência.

A mais gritante delas é que a nova versão não apresenta texto em português brasileiro e, por ser um jogo de mais de 30 anos de existência com muitos diálogos, isso prejudica e impede que a aventura de Mario seja acessível a um público mais amplo.

O mesmo acontece com a ausência de opções de acessibilidade, uma vez que não há nenhum recurso pensado para pessoas com deficiência (PcD).

Por fim, também há algumas frases do original que envelhecem mal para um produto lançado hoje em dia, como piadas que podem ser interpretadas como gordofóbicas, que foram mantidas no remake. Um ajuste nesses momentos teria sido bem-vindo.

Muito perto de um Super

Super Mario RPG cumpre o objetivo de ser uma boa revitalização de um clássico, tornando-o não apenas mais palatável ao público atual, mas também entregando uma versão que supera o original.

Só que, por ter um nível bastante elevado de fidelidade, o jogo serve mais como uma edição definitiva do que um remake — o que não é algo necessariamente negativo, dependendo do que o fã procura na nova versão.

Easter eggs como um certo elfo de roupas verdes e um chefão secreto de Final Fantasy continuam no remake — e exatamente do mesmo jeitinho (Imagem: Nintendo/Captura de tela)

Seja como for, Super Mario RPG é uma experiência que funciona tanto para fãs antigos quanto novos, além de ser uma excelente pedida para aqueles que estão começando a mergulhar no gênero RPG.


Esta review foi feita com uma cópia cedida pela Nintendo.

Super Mario RPG será lançado no dia 17 de novembro exclusivamente para Nintendo Switch.

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