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Marvel’s Spider Man 2 acerta com sequência honesta e espetacular para fãs | Review

Com uma franquia tão poderosa como Homem-Aranha em mãos, a Insomniac Games sabia que viriam grandes responsabilidades com o anúncio de uma sequência. Entregar um sucessor à altura do aclamado Marvel’s Spider-Man era uma tarefa nada fácil, ou até impossível para alguns fãs. Mas o estúdio provou o contrário.

Usando dois Aranhas, um simbionte e várias surpresas, Marvel’s Spider-Man 2 é uma sequência que foca não apenas em expandir, mas evoluir a fórmula do primeiro jogo.

Há muitas semelhanças, mas também diferenças significativas em relação ao antecessor, resultando em uma experiência honesta, divertidíssima e até surpreendente, que faz jus ao universo do herói da Marvel — e poderia muito bem ter saído direto dos sonhos dos fãs.

Realmente melhores juntos

A história de Marvel’s Spider-Man 2 é ambientada cerca de dois anos após o primeiro jogo, em uma Manhattan que é protegida por Peter Parker e Miles Morales. Os dois são os protagonistas jogáveis e trabalham juntos para defender a cidade, enquanto lidam com problemas em suas vidas sem as máscaras.

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O cotidiano deles, no entanto, muda com a chegada de Kraven, um caçador que começa a sequestrar criminosos perigosos da região. A situação ganha mais uma camada com a tão esperada volta de Harry Osborn, que reaparece após passar por um tratamento médico misterioso. Além disso, o surgimento de um certo simbionte também entra na mistura.

Em relação ao standalone Marvel’s Spider-Man: Miles Morales, o novo jogo se passa dez meses depois dele (Imagem: Sony/Captura de tela)

Dessa maneira, Marvel’s Spider-Man 2 repete a dose de ter um foco narrativo e manter várias tramas paralelas e simultâneas ao decorrer do jogo, que conversam entre si — e acabam rendendo a aparição de vários vilões, anti-heróis e personagens conhecidos do universo do Teioso, tanto na campanha quanto no conteúdo opcional. Para se ter uma ideia, mais de dez antagonistas icônicos dos quadrinhos aparecem no game!

A história principal apresenta momentos bem únicos, que são refletidos no gameplay, além de ser construída com cuidado para aproximar os Aranhas do jogador mais uma vez. Há várias sequências heroicas de ação, mas também muito espaço para acontecimentos cotidianos e contemplativos, com um bom equilíbrio entre os tons. Além de, é claro, ter um toque bem humorado e leve, algo já conhecido dos heróis.

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Fica ainda o destaque para a maneira como o simbionte é inserido gradualmente na narrativa, dando ênfase aos efeitos assustadores da famosa gosma preta, com direito até a inspirações soltas na icônica trilogia de filmes de Sam Raimi. Por fim, quem avisa amigo é: esteja preparado para algumas surpresas.

Algumas missões são do Peter, outras do Miles e ainda há aquelas que podem ser concluídas por qualquer um deles — e a decisão é sua (Imagem: Sony/Captura de tela)

Peter e Miles são jogáveis, o que faz você alternar entre os dois com frequência, seja de forma obrigatória por causa da campanha ou por sua própria escolha na exploração do mundo aberto. Assim, o jogador acompanha paralelamente a vida e a trama de cada um, que, por vezes, se entrelaçam — e é uma dinâmica que funciona muito bem. Sequências em que você começa com um Aranha e repentinamente assume o controle do outro são empolgantes e de encher os olhos, além de ampliar o gameplay.

A jogabilidade básica dos Aranhas é a mesma, com golpes corpo-a-corpo para combos e dispositivos com lançadores de teia, e o diferencial fica para as habilidades que são únicas para cada um.

Peter, por exemplo, depende bastante dos braços mecânicos e dos novos poderes do traje preto, aderindo uma dinâmica mais agressiva para combate direto, com ataques caoticamente grandiosos e efeitos de gosma preta pela tela. Acredite, é bem focado em pancadaria, e o jogador sente o peso disso em cada golpe! Já Miles se apoia em efeitos elétricos e ataques voltados para “crowd control” (ou seja, bons contra grupos numerosos de inimigos) e furtividade, graças à invisibilidade temporária. Dessa maneira, os dois têm árvores de habilidades separadas, além de uma compartilhada.

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Cada protagonista também tem um golpe supremo único, além de muitas finalizações estilosas, que são a cereja do bolo da jogabilidade, que é tão fluida e prazerosa quanto se balançar por teias em Manhattan. Assim, alternar entre os heróis é uma mudança fácil de se adaptar — e tem um potencial imenso de deixar os jogadores mal acostumados.

Tudo é fluido, estiloso e divertido com o combate e a movimentação de Peter e Miles, sendo uma mescla e uma expansão do que foi visto em Marvel’s Spider-Man e Marvel’s Spider-Man: Miles Morales (Imagem: Sony/Captura de tela)

Nem tudo são flores, no entanto, no combate, com a falta de cuidado em alguns detalhes. Há espaço para furtividade, por exemplo, mas a abordagem é simples e fácil num geral, uma vez que a inteligência artificial dos inimigos não é tão afiada. Abater um caçador que está no meio de uma conversa, por exemplo, não alerta os outros. Além disso, os QTEs (comandos rápidos) no meio de lutas e cenas elaboradas da história não geram consequências significativas, se o jogador errar o tempo. Alguns até mesmo congelam para você obrigatoriamente acertá-los, prejudicando a imersão do momento.

Seja como for, não dá para deixar de exaltar que, assim como no primeiro jogo, você pode esperar por sequências com outros personagens jogáveis, indo além de Peter e Miles.

Mais uma mordida da maçã

O mapa de Marvel’s Spider-Man 2 é a mesma Manhattan dos jogos anteriores — e, é claro, com algumas mudanças aqui e ali, mas nada tão significativo. Assim, a sensação de explorar a cidade é a mesma, com todos os distritos à disposição logo de cara. O que adiciona um tempero diferenciado à Big Apple é o conteúdo opcional, com coletáveis e várias missões secundárias ligadas a vilões e personagens conhecidos pelos fãs do Teioso. Novamente, fica o aviso de que há muitas surpresas escondidas por aí.

A dinâmica da exploração, no entanto, também ganha uma nova camada por ir além de apenas se balançar por teias entre os prédios. As Asas de Teia são basicamente um novo recurso do traje dos heróis, que possibilita que eles consigam voar e pairar pelos céus por vários segundos ou até minutos, se você for habilidoso. Isso gera uma sensação similar ao que a icônica trilogia Batman: Arkham proporciona para a exploração do Homem-Morcego.

A ideia de jogar com um Aranha e esbarrar sem querer no outro também é refletida no mundo aberto. Por exemplo, você pode controlar Miles para explorar Manhattan e concluir missões opcionais — e, do nada, esbarrar no Peter tentando impedir um crime na esquina. É um detalhe momentâneo e relativamente pequeno, mas que enriquece a experiência de ver como os heróis estão ativos na cidade.

Algumas coisas em Nova York simplesmente não dão pra explicar (Imagem: Sony/Captura de tela)

Marvel’s Spider-Man 2 tem quatro níveis diferentes de dificuldade, com opção para quem quer focar na história e também saciar aqueles que querem um desafio. Além disso, o jogo apresenta pré-definições para acessibilidade, com opções auditivas, visuais e motoras. Alguns exemplos são recurso de língua de sinais, ajuste da velocidade e da sensibilidade de movimento, cura automática e facilitadores de mira, esquiva e puzzles. No entanto, não há como remapear os comandos do controle.

Curiosamente, a dublagem em português brasileiro do jogo está excelente e, ao mesmo tempo, causa uma certa estranheza. A culpa é do uso dos nomes em inglês de todos os personagens, em que o próprio Homem-Aranha — o “Miranha”, Teioso, Cabeça de Teia, Amigão da Vizinhança e tantos outros apelidos abrasileirados maravilhosos — é substituído por um anticlimático “Spider-Man”. E isso se repete com todo herói, vilão e anti-herói do game.

Seja como for, os dubladores Diego Marques e Ítalo Luiz fazem um trabalho brilhante como Peter e Miles, respectivamente, com uma boa dinâmica de dupla.

A história é praticamente dividida em dois atos, que são bem construídos para a narrativa escalonar de forma gradual — e é na segunda que o jogo chega ao ápice (Imagem: Sony/Captura de tela)

Se existe uma teia enfraquecida no emaranhado de Marvel’s Spider-Man 2, ela está na performance. De forma geral, a experiência é estável, sem travamentos ou quedas bruscas de frames. No entanto, houve bugs visuais, como tela preta em cutscene e inimigos dentro de paredes, além de alguns crashes que forçaram o fechamento do jogo. Vale ressaltar que esses problemas aconteceram na versão de pré-lançamento, e a Insomniac está com duas atualizações de performance engatilhadas até o jogo chegar para o público. Resta saber se os erros serão corrigidos a tempo.

Sequência honesta para fãs

Marvel’s Spider-Man 2 não é um jogo livre de defeitos. Mas é uma sequência bastante honesta que, por mais que aposte no seguro em termos de estrutura e essência, não deixa de entregar boas surpresas e evoluir o que conhecíamos da franquia.

Além de ser uma experiência enxuta, com cerca de 30 horas não apenas de conteúdo (principal e secundário), mas também para a conquista de todos os troféus — uma vez que a platina é bem simples e direta, sem “perdíveis” ou exigência de dificuldade.

É, caro leitor… Vem aí! (Imagem: Sony/Captura de tela)

Todo o cuidado para entregar uma experiência que honra a pluralidade do universo do herói e a paixão dos fãs é extremamente perceptível em Marvel’s Spider-Man 2, que desperta todos os sentimentos que você espera de um jogo do Homem-Aranha.


Esta review foi feita com uma cópia cedida pela PlayStation.

Marvel’s Spider-Man 2 será lançado no dia 20 de outubro para PlayStation 5.

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