Depois de Darth Vader, Imperador Palpatine, Snoke e mais, uma nova ameaça põe em risco o destino de uma galáxia muito, muito distante. Ou, melhor dizendo, nem tão nova assim. Após décadas nos livros, gibis e animações de Star Wars, o Grão Almirante Thrawn finalmente apareceu em live-action com Ahsoka, e deve dar muito trabalho à Nova República.
O alienígena azul de olhos vermelhos promete ser o grande vilão da era pós-O Retorno de Jedi e tem uma história tão poderosa que sobreviveu até a uma força mais poderosa do que a fúria dos Jedi: o cânone da Disney. Mas quem é Thrawn, como ele sumiu e voltou do universo Star Wars e por que você deve prestar muita atenção nos próximos passos do vilão?
O herdeiro do Império
O Grão Almirante Thrawn apareceu pela primeira vez em Star Wars: Herdeiro do Império (1991), livro de Timothy Zahn. Militar de altíssima patente no antigo governo, o carismático alienígena reúne as tropas remanescentes do Império numa perigosa investida contra a Nova República. Thrawn bate de frente com o trio clássico Luke, Leia e Han por mais dois volumes, Ascensão da Força Sombria (1992) e O Último Comando (1993).
Publicada até no Brasil, a trilogia foi, por anos, o cânone “oficial” para os fãs do que aconteceu com os heróis após O Retorno de Jedi (1983). Vale lembrar que, no início da década de 1990, o gênio George Lucas ainda rascunhava a trilogia prelúdio (que só viria em 1999), então mais aventuras pela galáxia na telona eram um sonho distante para os jovens nerds.
Alienígena da raça Chiss, Thrawn comandou os ataques a bordo do poderoso destróier espacial Chimaera. Embora não domine a Força ou represente uma ameaça física como Vader ou outros malvadões da saga, Thrawn conquistou espaço pelo carisma e as grandes habilidades bélicas e táticas. Não à toa, ele foi o único que conseguiu unir, sob uma mesma causa, as fragmentadas forças remanescentes do Império, além de contar com o poderoso aparato militar restante do antigo governo. O vilão pulou dos livros para gibis, games e mais, até que um certo rato entrou no caminho.
O cânone do Mickey
Em 2012, o veterano George Lucas garantiu um polpudo pé de meia quando vendeu a produtora Lucasfilm para a Disney. A casa do Mickey arrematou Star Wars, Indiana Jones e demais produções do cineasta pela bagatela de US$ 4 bilhões. O investimento veio com o anúncio de novas produções para a telona. Mas uma pequena dúvida pairava: o que fazer com as zilhões de histórias contadas em Star Wars por diferentes mídias?
A solução foi desconsiderar todo o material (fora os filmes e a animação The Clone Wars) lançado previamente, que ganhou o selo “Star Wars Legends”. Isso incluiu, claro, a trilogia Thrawn, para que o Episódio VII: O Despertar da Força (2015) trouxesse uma história original. Os títulos “Legends” compreendem as obras do universo expandido da franquia, fora do “cânone”, ou seja, tudo o que é lançado pela Disney/Lucasfilm ou aprovado pela distribuidora.
Mesmo assim, muitos fãs não quiseram ver o poderoso Chiss longe da franquia por muito tempo, incluindo um certo produtor que brilhava na franquia no comando de animações de sucesso e usando um elegante chapéu de caubói.
Filoni ao resgate
Diretor, criador e produtor de The Clone Wars e Star Wars: Rebels, Dave Filoni surpreendeu os fãs da franquia em 2016, quando anunciou que Thrawn não só voltaria ao cânone, como seria o grande vilão da terceira e quarta temporadas da animação.
Filoni mostrou que é fã de carteirinha do Chiss azul ao relembrar as origens do vilão nos livros, durante o anúncio na Star Wars Celebration (via EW):
“Não tem como ter crescido como fã de Star Wars sem encontrar Thrawn em Herdeiro do Império. Era um tempo sombrio, no qual não havia mais filmes. Saber que poderíamos ter mais foi uma explosão de cabeça.”
Se antes Thrawn era o grande vilão da era pós-O Retorno de Jedi, Rebels colocou o alienígena num novo contexto, antes mesmo dos eventos de Uma Nova Esperança (1977), quando o Império governava a galáxia com mãos de ferro.
Thrawn entrou em conflito com Ezra Bridger, Sabine Wren, Kanan Jarrus e toda a turminha de rebeldes da nave Fantasma. Além da animação, o Grão Almirante ganhou mais uma trilogia de livros por Timothy Zahn, agora também parte do cânone.
O retorno do vilão pelas mãos de Dave Filoni veio em boa hora, já que Thrawn, aparentemente, se prepara para, mais uma vez, ser o grande vilão da Nova República após a queda de Palpatine.
A vingança de Thrawn
Em 2023, Thrawn ultrapassou a barreira final: o live-action. Interpretado pelo imponente Lars Mikkelsen (que deu voz ao personagem em Rebels), o Grão Almirante apareceu, em carne e osso, em Ahsoka, série do Disney+ estrelada por Rosario Dawson. A produção e criação é assinada por, adivinha, Dave Filoni! E o caubói tem planos ambiciosos para o futuro da franquia.
Em abril de 2023, Filoni foi confirmado na direção de um filme para os cinemas, que culminará as histórias apresentadas em The Mandalorian, O Livro de Boba Fett, Ahsoka e demais produções da TV da Nova República. E quem melhor para unir toda a galerinha para salvar a galáxia do que quem já fez isso décadas atrás?
Por enquanto, o filme de Filoni segue sem título ou sequer previsão de estreia. Se bem sucedido, o longa pode ser a fagulha para o renascimento da franquia nos cinemas após o complicado Episódio IX: A Ascensão Skywalker (2019).
Com uma das trajetórias mais únicas nos bastidores da saga espacial, Thrawn agora se firma, mais uma vez, como a grande ameaça à paz galáctica.
Ahsoka, Star Wars Rebels e demais produções da franquia estão em streaming no Disney+. Siga de olho no NerdBunker para mais novidades de uma galáxia muito distante. Aproveite e siga o NerdBunker nas redes sociais Twitter, Instagram e TikTok, e entre no nosso grupo no Telegram.