França e o Labirinto, áudiossérie original Spotify produzida pelo Jovem Nerd, tem o versátil Selton Mello no papel principal de Nelson França. Mas o labirinto dessa história é povoado por várias outras figuras muito queridas da dublagem brasileira, incluindo vozes que certamente fizeram parte da sua vida.

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O elenco principal traz os inconfundíveis Maíra Góes (a Dory, de Procurando Nemo), Jorge Lucas (dublador de Vin Diesel, Willem Dafoe em Homem-Aranha e mais) e Luiz Carlos Persy (The Last of Us, Os Padrinhos Mágicos).

Isso sem nem falar de participações especiais para os ouvidos mais atentos como Antonio Tabet (Porta dos Fundos), Igão e Mitico (a dupla PodPah) e até o magnânimo Frederico Carstens, o Sr. K.

Capitaneando os trabalhos está a também atriz e dubladora Fernanda Baronne, que assinou a direção do elenco de voz. Ela foi a responsável por reunir o timaço de elite para a áudiossérie e deu a liga à relação entre os personagens. Baronne relembra como se envolveu com o projeto e a parceria com Jovem Nerd e Azaghal:

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“A minha história com França e o Labirinto começou em 2019. Eu morava em Paris, os meninos visitaram a cidade, e passamos dois dias passeando, rindo e conversando. Num desses passeios, Alexandre e Deive mencionaram o projeto, que ainda estava bem no início, e eu fiquei encantada de imediato! Disse, inclusive, que eu adoraria participar! Corta para 2022 quando recebo o convite deles para ser a diretora de voz do projeto… um filme passou na minha cabeça na mesma hora: nosso encontro em Paris, minha volta pro Brasil, a pandemia… Topei na hora! Sempre fui fã do trabalho do Alê e do Deive, e tudo que eles fazem é muito legal! A primeira leitura do roteiro já foi amor à primeira vista! Também, como não se apaixonar pela trama criada pelo Fábio Yabu e pelo Leonel Caldela? E a partir daí, foi um caminho lindamente trilhado, cercado por uma equipe super competente, e um elenco mais do que maravilhoso!”

Baronne retomou o contato com antigos companheiros em parceria que se revelou crucial para o projeto, como explica Maíra Góes:

“Trabalhamos juntas há muitos anos. É uma relação que virou até pessoal. De família. Isso acontece muito na dublagem. Quando ela me chama para algum trabalho, eu nem pergunto, porque sei que é bom e que a condução dela será excelente. França e o Labirinto foi um desses.”

Maíra empresta a voz à também detetive Angela, ex-esposa do França de Selton Mello. Em pleno processo de divórcio, os dois precisam enfrentar os fantasmas do passado para se unirem na perseguição a um perigoso serial killer.

“Angela e França têm uma relação complicada. Já foram um casal, não são mais, mas continuam se relacionando profissionalmente. Há um elo muito pessoal. Eles se amaram durante um tempo e se separaram por algum motivo. Como atriz, preciso entender a dor dela. Tenho que criar isso, e os diálogos com o Selton foram o maior desafio. Temos que passar, só com a voz, a mágoa da Angela, que um dia foi amor.”

Maíra Góes faz Angela em França e o Labirinto. Foto: Spotify/Reprodução

Quase uma coprotagonista, Angela auxilia França na investigação de uma nova onda de mortes que pode estar ligada ao passado do detetive. Representante da lei, a personagem não se faz de rogada ao manter os pés do protagonista no chão, em uma dinâmica intensa, mas também divertida com Selton Mello. Maíra diz:

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“Fui entendendo a Angela a cada roteiro que lia. A força dela me atraiu muito. É uma mulher determinada, com cicatrizes da vida, mas quem não tem? A garra foi o que mais me deixou com vontade de interpretar essa personagem, e ela passa por desdobramentos muito interessantes. Fernanda, Alexandre e Deive [a dupla do Jovem Nerd] trouxeram observações muito precisas. É engraçado que sempre quando eu achava que algo poderia ser diferente, eles já tinham pensado a mesma coisa!”

Também representando a polícia, mas de um lado mais malandro da balança, está o Delegado Noronha. Interpretado por Jorge Lucas, o amigo de longa data de França vai de encontro à sede de justiça do protagonista, preferindo a paz do que a aporrinhação de reabrir uma antiga investigação.

França e Noronha são quase dois lados da mesma moeda, numa relação que é exemplificada pelo próprio Jorge Lucas:

“Vejo um pé de igualdade entre os dois. Eles se conhecem e trabalham juntos há muito tempo, têm uma intimidade. Um sabe das histórias pessoais e como irritar o outro. Noronha é mais ‘piranha’, tem essa personalidade expansiva. França é mais introspectivo.”

Jorge Lucas dá vida e malandragem ao Noronha. Foto: Spotify/Reprodução

Interpretado com uma boa dose de boemia, Noronha é, por que não, o personagem mais “brasileiro” de França e o Labirinto. Não seria nem exagero o ouvinte lembrar das divertidas picuinhas e bordões entre os policiais sacanas de Tropa de Elite (2007).

“Amo trabalhar e me diverti muito, à vera. Noronha tem muito a ver com um lado meu que, às vezes, gosto de soltar. Um lado mais extrovertido, alegre, debochado. Por vezes, até agressivo, estourado, mas que existe. Há também uma maturidade de vida que ele tem e passa ao França que eu, com 56 anos de idade, consigo entender.”

Outra figura do passado de França é o jornalista e escritor Omar Hassot, que ganhou a voz marcante de Luiz Carlos Persy. Velho conhecido dos jovens nerds como o Joel da versão brasileira de The Last of Us (jogo e série da HBO), Persy destaca o tom provocante do roteiro e as diversas camadas do misterioso Hassot como qualidades da série:

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“Quando pego um novo trabalho, me questiono sempre sobre as motivações dele. Por que ele falaria tal coisa? Por que agiria de uma certa maneira? No caso do Omar, a coisa foi muito clara. A personalidade dele é muito clara.”

Luiz Carlos Persy destaca intensidade de Omar Hassot. Foto: Spotify/Reprodução

Omar Hassot se revela um importante aliado de França nos tortuosos caminhos do labirinto que o protagonista caminha tanto na vida pessoal quanto na investigação do notório serial killer.

Persy é quem mais contracena com Selton Mello, em uma relação que vai do coleguismo até uma pontinha de rivalidade. Os dois queimam os neurônios desvendando as pistas do novo assassino, até uma conclusão surpreendente.

“O artista precisa ter imaginação. Ainda mais na dublagem. Tinha horas que eu fechava o olho e via o apartamento do França. Os cenários, o drink a ser servido… As coisas apareciam na minha cabeça. Quando estava com o França, eu não via o Selton, eu via o personagem criado por ele. Com esse trabalho, cheguei em um ponto muito interessante, de muita verdade. Receber Omar foi como ganhar um diamante a ser polido, uma dádiva. Um presentaço que de vez em quando a gente consegue fazer.”

Fernanda Baronne (à direita) comanda os trabalhos com Alexandre e Deive. Foto: Spotify/Reprodução

Conhecida por trabalhos como Kim Possible, a Viúva Negra Scarlett Johansson, da Marvel, e mais, Fernanda Baronne também cita os universos particulares de cada personagem como trunfo da áudiossérie, e ainda destaca os desafios de transmitir a intensa trama de investigação apenas com vozes:

“É sempre um grande desafio, mas muito recompensador quando você encontra o caminho, o tom, o jeito de cada personagem. Num trabalho de dublagem, a gente tem a referência do original, então, apesar da dificuldade do lipsync, temos algo em cima do que trabalhar. Um trabalho de voz original é um oceano de possibilidades de personalidades, modos de falar, tons, subtons… é como se fosse uma imensa tela em branco e cada artista desse a sua própria pincelada ao criar esses personagens a partir apenas da referência do roteiro. Como diretora, coube a mim guiar cada um dos atores pra que o resultado final desse quadro tivesse coesão, coerência e, principalmente, alma. Os meninos foram essenciais nesse processo também. Alexandre e Deive acompanharam praticamente todas as gravações, e a nossa sintonia era ótima, o que criava o ambiente perfeito pra todos poderem desenvolver suas interpretações da obra. Eu posso afirmar, com toda a certeza, que foi um processo incrivelmente delicioso, e eu não vejo a hora de fazermos o próximo!

Você confere Angela, Noronha e Omar em ação em França e o Labirinto, que chega com 13 episódios no Spotify em 29 de agosto. A primeira áudiossérie 100% brasileira chega tanto para assinantes premium como de forma gratuita na plataforma.


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