Após dez meses de um renascimento quase completo, muitas novidades estão chegando a Overwatch 2, com a Temporada 6 — cuja ambição é tão grande quanto a mecha da D.va.

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Descrita pelo diretor Aaron Keller como a maior adição de conteúdo até agora, a temporada tem o intuito de atender o que os fãs pediram por anos ao retomar a história da franquia, além de entregar novidades parrudas como uma suporte inédita, um novo modo de jogo e um sistema diferente de progressão.

Intitulada “Overwatch 2: Invasão”, a Temporada 6 quer mostrar que a Blizzard está ouvindo a comunidade e, para ver se realmente há mudanças significativas, tivemos a oportunidade de testar antecipadamente todo o conteúdo e bater um papo com os desenvolvedores.

Afinal, a nova temporada de Overwatch 2 entrega o prometido? A resposta não é tão simples assim, então vamos entender o que está chegando ao jogo.

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Missões de história

Após quatro anos, o jogo finalmente retoma o que acontece em “Zero Hour” (Imagem: Blizzard/Divulgação)

O chamariz da Temporada 6 é a tão aguardada chegada de três missões de história ao estilo PvE, ou seja, fases cooperativas que colocam os jogadores contra inimigos controlados por máquinas.

Elas dão continuidade ao arco narrativo de “Zero Hour” — mais conhecido como o trailer de anúncio de Overwatch 2, que estava esquecido desde 2019 até então —, em que Winston reúne novamente os heróis da Overwatch após um atentado em Paris.

A trama foca no velho conflito entre humanos e ômnicos e a entrada de novos integrantes (como Lúcio e Bastion) na equipe da Overwatch, explorando a ideia de unir diferentes gerações de personagens. Nunca antes na história do jogo um conteúdo PvE envolveu tantos heróis do elenco ao mesmo tempo, tanto antigos quanto novos, e é difícil não sentir um quentinho no coração quando seu favorito aparece!

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Antes de selecionar uma missão, o jogador tem acesso ao laboratório do Winston, onde documentos com bastante lore podem ser lidos (Imagem: Blizzard/Captura de tela)

Cada missão é ambientada em uma cidade diferente: Rio de Janeiro, Toronto e Gotemburgo.

Rio de Janeiro e Toronto são mapas já existentes em Overwatch, mas que foram expandidos com novas áreas para o modo. Já Gotemburgo é um mapa inédito, criado especialmente para o PvE. A ideia dos desenvolvedores era apresentar conteúdo dedicado, como cenários que contam parte da narrativa.

De forma geral, a estrutura das fases não é tão distante de outros conteúdos PvE do primeiro Overwatch. Há a presença de mais mini-chefes desafiadores e objetivos variados (como coletar baterias, proteger civis e por aí vai), mas a sensação é a de estar jogando uma versão mais longa e atualizada de algo familiar.

Por um lado, as missões agradaram (e muito) meu lado saudosista de fã, que estava com saudades de eventos como “Blackwatch” e “Arquivos”. Ouso até dizer que Overwatch 2: Invasão apresenta o melhor PvE já criado para o jogo.

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No entanto, é difícil ignorar o fato de que o conteúdo é pago, saindo por US$ 15 em um pacote acompanhado por mil moedas douradas e uma skin lendária da Sojourn. É um preço salgado para missões que juntas totalizam cerca de 1 hora e 30 minutos (podendo durar mais ou menos dependendo da habilidade dos jogadores) e não apresentam um grande fator de “replay”.

As missões oferecem um grupo de heróis que podem ser selecionados (Imagem: Blizzard/Captura de tela)

Além do trio principal, há missões extras ao estilo PvE em King’s Row, com desafios e atualizações semanais, que prometem dar uma “refrescada” de conteúdo para os jogadores que quiserem aproveitar mais o modo.

Conheça Illari, a nova suporte

Illari é a quarta heroína latina do jogo (Imagem: Blizzard/Divulgação)

Após Lifeweaver, Overwatch 2 dá as boas-vindas para mais um herói de suporte ao elenco. Illari é uma heroína do Peru, com poderes que se baseiam no Sol, e promete ser uma boa alternativa para jogadores que gostam de causar dano surpresa no meio da cura, como Ana e Zenyatta.

Com uma arma que se assemelha a um rifle, o tiro primário é focado em dano, enquanto o secundário é cura — que funciona com um “tanque” que pode esgotar, algo similar à Moira.

A cura também é feita por um obelisco que precisa ser posicionado no chão, curando os aliados que estão dentro da área de limitação. O obelisco dura até os adversários destruí-lo ou o próprio jogador mudá-lo de posição, sendo extremamente útil para uma cura certeira e contínua, se bem posicionada.

Illari também tem uma habilidade que pode ser uma carta na manga para ataque e flanqueamento. Assim como Lúcio, ela pode lançar um inimigo para trás, ao mesmo tempo em que salta para longe, servindo tanto como uma estratégia de ataque quanto de defesa.

Illari é a primeira heroína a ter duas versões de cabelo, cuja alternância ainda não foi revelada, mas os desenvolvedores pedem para os jogadores prestarem atenção (Imagem: Blizzard/Divulgação)

Por fim, a habilidade suprema da heroína faz ela flutuar por alguns segundos e lançar uma bola explosiva de energia, que desacelera e causa dano aos inimigos.

Em relação à aparência, a Blizzard afirmou que fez uma pesquisa pesada sobre o Peru e a cultura inca para Illari ser uma representação autêntica, até nos detalhes mais pequenos. O cabelo, por exemplo, foi um grande debate para os desenvolvedores, que conversaram com especialistas para entender um visual que é típico do povo peruano: o uso de duas tranças grossas.

Na versão brasileira do jogo, a voz da personagem é da atriz e dubladora Carol Sodré, conhecida principalmente por dublar Mencía, da série Elite.

Novo modo de jogo

Com a chegada de Ponto de Tumulto, Overwatch 2 tem cinco modos de jogo em rotação pela primeira vez na história (Imagem: Blizzard/Divulgação)

A Temporada 6 também introduz Ponto de Tumulto, um novo modo de jogo que pode ser resumido como partidas de “capture os pontos”.

A ideia é que duas equipes tentem capturar cinco pontos de controle no mapa numa disputa “melhor de 3”, com os campos aparecendo aleatoriamente — o que faz com que áreas de ressurgimento (“respawn”) também sejam aleatórias.

As partidas variam entre 8 e 15 minutos, sendo relativamente mais longas do que modos mais populares do Jogo Rápido ou Arcade.

Algo curioso é que Ponto de Tumulto chega com dois mapas criados especialmente para ele: Suravasa (Índia) e New Junk City. Ambos têm uma estrutura simétrica, justamente para atender aos aspectos de aleatoriedade, e são os maiores ambientes PvP já criados para o jogo.

Ponto de Tumulto também chegará ao Competitivo, mas após cerca de duas semanas do lançamento da Temporada 6 (Imagem: Blizzard/Divulgação)

Segundo os desenvolvedores, o modo foi criado para ser uma experiência balanceada, em que viradas podem acontecer a qualquer momento, mudando o rumo da partida.

Com isso, Ponto de Tumulto parece ser uma resposta ao Avanço (“Push”, no original), último modo que foi implementado e não agradou boa parte dos jogadores por ter um ritmo arrastado e uma estrutura que faz com que viradas sejam improváveis.

A novidade, de fato, não comete o mesmo erro de desequilíbrio, mas cai novamente em uma duração demasiadamente longa — uma vez que não há limite de tempo, portanto, o término depende inteiramente do desempenho dos jogadores.

Definitivamente não é um modo que vai disputar o posto de queridinho dos fãs contra Escolta, Controle e Híbrido.

Sistema de progressão

A nova tela do perfil de jogador, após a chegada da Temporada 6 (Imagem: Blizzard/Captura de tela)

Por fim, a Temporada 6 implementa um sistema diferente de progressão, que foca individualmente em cada herói.

Basicamente, o jogo analisa o desempenho do jogador com um personagem e contabiliza os pontos fortes, com base em objetivos de classe e de partida. Assim, você é recompensado com pontos de experiência e emblemas no perfil.

“Por exemplo, imagine que seu main é Reinhardt. Como tanque, o desempenho em priorizar objetivos ou mitigar danos serão analisados. Assim, o jogador é recompensado com emblemas desses feitos específicos, ficando expostos no perfil”, explica Keller.

A ideia, no entanto, não é incentivar ninguém a jogar de uma forma específica, apenas mapear o estilo de jogo de cada jogador.

Na prática, a sensação é que existe mais progressão ao jogar, rendendo mais pontos de experiência e um incentivo extra para melhorar em certas características — deixando o perfil imponente, digno de respeito! Foi uma boa mexida, que deve afetar positivamente os jogadores a longo prazo.

Afinal, a Temporada 6 vale a pena?

Se existiu algum momento em que você cogitou adquirir um Passe de Batalha ou um pacote de conteúdo de Overwatch 2, a Temporada 6 é a que mais parece favorecer a ideia, uma vez que finalmente adiciona novidades significativas.

O conteúdo PvE, apesar de enxuto, atende aos pedidos dos fãs e envolve vários heróis do elenco. Suporte é uma das classes mais complicadas de dominar, e Illari aparece como uma excelente alternativa para mexer com a dinâmica de jogo. E Ponto de Tumulto oferece um pequeno caos aleatório no meio da estrutura clássica que conhecemos.

O saldo, portanto, é positivo, principalmente para jogadores que acompanhavam Overwatch há anos e estavam esperando o melhor momento para retornar — mesmo com o sabor agridoce de US$ 15.


Overwatch 2 está disponível gratuitamente para PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, Xbox One, Nintendo Switch e PC.

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