Oppenheimer chegou aos cinemas com uma surpresinha. O novo filme de Christopher Nolan usou uma narrativa não-linear para contar a história do cientista conhecido como “pai da bomba atômica”.
Como a estrutura do filme passeia entre diferentes épocas, é possível que você tenha se perdido em algum ponto. Pensando nisso, organizamos abaixo em ordem cronológica os eventos narrados pela cinebiografia.
Apesar do longa tratar de eventos históricos, sabemos que muita gente pode não ter conhecimento de muitos deles ou de seus detalhes, que são utilizados nas reviravoltas do filme. Como o texto abaixo envolve pontos importantes da produção, prossiga tomando cuidado com spoilers.
[A partir daqui, spoilers de Oppenheimer]
Início na ciência
Cronologicamente falando, a etapa inicial do filme Oppenheimer é a que mostra os estudos do protagonista na década de 1920. Ela começa no período em que ele estudou na faculdade de Cambridge, cena representada pelos debates com Patrick Blackett (James D’Arcy), o professor a quem quase envenenou.
Esse período mostra o início da carreira de Oppenheimer, que segue o conselho de Niels Bohr (Kenneth Branagh) e viaja pela Europa em busca de melhorar seus conhecimentos. É neste período em que ele conhece cientistas como o alemão Werner Heisenberg (Matthias Schweighöfer) e o futuro colega Isidor Rabi (David Krumholtz) e dá a famosa palestra em holandês.
Como o filme mostra, este também foi o período em que ele passou a apoiar os republicanos que combatiam o regime fascista durante a Guerra Civil Espanhola. Uma ligação que, anos depois, seria considerada prova de que ele era um comunista – em especial pela ligação com o irmão Frank (Dylan Arnold) e o romance com Jean Tatlock (Florence Pugh), dois filiados ao partido comunista.
O fim dessa etapa inicial na carreira de Oppenheimer é marcada pelo momento em que ele se torna professor de física na universidade de Berkeley. Na vida pessoal, ele se casa com Katherine (Emily Blunt).
Projeto Manhattan
A segunda etapa do filme é o Projeto Manhattan, nome dado ao programa iniciado em 1942, que produziu as bombas atômicas. Essa era começa, no longa, quando o general Leslie Groves (Matt Damon) vai à faculdade para pedir que Oppenheimer lidere o programa.
A partir daí, Oppenheimer acompanha a reunião dos cientistas que chefiaram o projeto, a construção do Laboratório Nacional de Los Alamos e, é claro, o teste Trinity, que detonou o primeiro dispositivo nuclear.
Esta etapa da história chega ao fim quando J.R. Oppenheimer começa a se opor à produção da bomba de hidrogênio proposta pelo colega Edward Teller (Benny Safdie), a chamada “Super”. Oppie chega a ter uma reunião com o presidente Harry Truman (Gary Oldman) em que diz sentir que tem sangue nas mãos após a detonação das bombas em Hiroshima e Nagasaki.
A vida depois da bomba
Os anos após Oppenheimer deixar o Projeto Manhattan podem ser os mais confusos de acompanhar no filme. Isso porque são sequências curtas e embaralhadas para potencializar as reviravoltas da história.
Cronologicamente, a etapa seguinte ao envolvimento de J.R. Oppenheimer na criação da bomba atômica foi a chegada ao Instituto de Estudos Avançados de Princeton, em 1947. Esse momento é representado na cena em que ele é recebido por Lewis Strauss (Robert Downey Jr.), que oferece a vaga, e no encontro com Albert Einstein (Tom Conti).
Em seguida, vem a famosa audiência pública em que Oppenheimer humilha Strauss. Durante o evento, em 1949, o cientista minimizou de forma debochada a importância de isótopos radioativos para gerar energia atômica, justamente o argumento utilizado por Strauss para votar contra a exportação desses tais isótopos.
Os caminhos de J.R. Oppenheimer e Lewis Strauss voltam a se cruzar em um jantar em que discutem sobre o primeiro teste de bomba atômica realizado pela União Soviética, ainda em 1949. Em preto e branco, essa etapa foca nas acusações de Strauss de que havia espiões em Los Alamos em uma reunião em que estavam presentes membros do governo dos EUA.
O julgamento de Oppenheimer
Boa parte dos eventos citados até aqui são contados como flashbacks durante as audiências que reavaliaram o acesso do cientista à credencial de segurança, documento exigido para quem tem acesso a informações restritas do governo dos EUA.
Essa parte do filme acompanha o protagonista e pessoas ligadas a ele sendo ouvidos em depoimentos que culminam na revogação da credencial de segurança de Oppenheimer – o que oficializou o fim da relação entre ele e o governo americano, em 1954.
Recusa de Strauss como Secretário do Comércio
Além das audiências para a revogação da credencial de Oppenheimer, o filme também mostra as audiências focadas na nomeação de Lewis Strauss como Secretário do Comércio. Mostradas em preto e branco, as cenas de 1959 focam em depoimentos do político ao senado, que julgava se o aprovaria ou não para o cargo. Por fim, ele acaba recusado.
Prêmio de reconhecimento a Oppenheimer
Por fim, há um último período retratado em Oppenheimer. Em 1963, o cientista recebe o Prêmio Enrico Fermi em reconhecimento a sua contribuição para o desenvolvimento nuclear. Uma homenagem do governo dos EUA concedida como um gesto de reparação pelo tratamento dado a ele nos anos pós Segunda Guerra. No entanto, ele não recebeu a credencial de segurança de volta.
Oppenheimer está em cartaz nos cinemas do Brasil. Siga de olho no NerdBunker para mais novidades sobre cinema e aproveite para seguir a gente nas redes sociais Twitter, Instagram e TikTok.