Um novo Missão: Impossível chegando às telonas é sinônimo de muita ação, espionagem e Tom Cruise desafiando o perigo das mais variadas formas. A saga retorna com o sétimo volume em Acerto de Contas Parte Um, mas você sabia que Missão: Impossível não só já existia, como era um sucesso 30 anos antes do porradeiro Ethan Hunt, de Cruise, sequer existir?
Isso mesmo, nerd. É que a série de filmes, na verdade, nasceu na TV, com as aventuras do espião Jim Phelps, na década de 1960. Sua missão, caso decida aceitá-la, é fazer uma viagem ao passado com o NerdBunker, descobrindo como a série serve de base para tudo o que você vê hoje no cinema, e até uma reviravolta que você nunca percebeu.
“Bom dia, Sr. Phelps”
Missão: Impossível foi ao ar de setembro de 1966 a março de 1973, pela rede norte-americana CBS. Criada por Bruce Geller, a trama já apresentava o formato básico que seria seguido praticamente em todos os episódios, e até nos filmes.
Como era de costume em produções da época, cada episódio trazia uma aventurinha isolada, com começo, meio e fim. Você pode até ver qualquer episódio solto, sem perder lá muita coisa.
Durante 171 episódios, em sete temporadas, os espectadores vibraram com as perigosas missões do espião Jim Phelps (Peter Graves) e seu time na IMF (Impossible Mission Force, nome mantido nos filmes). A cada episódio, Phelps reúne a equipe, especializada nas mais variadas formas de espionagem, desde traquitanas tecnológicas, disfarces e, claro, a boa e velha porradaria.
Time de elite
Vale destacar que, embora Jim Phelps seja o rosto mais marcante do Missão: Impossível da TV, a série nasceu com o espião Dan Briggs (Steven Hill) como chefe da equipe. Hill foi substituído ainda na primeira temporada, após conflitos com os produtores, dando lugar ao espião mais clássico da trama.
Assim como Tom Cruise tem a própria patota nos filmes, com nomes como Simon Pegg, Ving Rhames e Rebecca Ferguson, a equipe da TV teve nomes como Barbara Bain, no papel da estonteante modelo Cinnamon Carter; Martin Landau (Ed Wood), como o mestre dos disfarces; Rollin Hand, e até nomes que ficaram bastante conhecidos após o término da série, como Sam Elliott (Motoqueiro Fantasma, O Grande Lebowski), no papel do médico Douglas Robert, ainda sem o bigodão icônico; e o saudoso Leonard Nimoy, o Spock, de Star Trek, como o vigarista Paris.
“Da TV para o cinema”
Além de, obviamente, servir como inspiração para os filmes, Missão: Impossível (a série) é referenciada de diversas formas na telona. Em um nível mais básico, você perceberá que os filmes mantêm o padrão episódico, com direito à abertura icônica, com a música-tema que a gente nem precisou cantarolar, mas que já está tocando aí na sua cabeça. Compare:
A abertura mistura a música do argentino Lalo Schifrin com cenas variadas do episódio que iria ao ar. Como você percebeu, o formato foi mantido nos 7 filmes da saga, ainda que com variações no tema.
Outros elementos que migraram da TV para o cinema foram a própria IMF e ferramentas como a missão da vez apresentada em um dispositivo autodestrutivo, e sempre com as falas: “Sua missão, caso decida aceitá-la…” e “Se você ou qualquer membro da equipe for capturado ou morto, o Secretário negará qualquer conhecimento de suas ações.”
O primeiro Missão: Impossível (1996), dirigido por Brian De Palma, é talvez o que mais se aproxima do espírito clássico da série, funcionando quase como um episódio enorme da trama, se não fosse por um pequeno detalhe, mas que fez toda a diferença para os fãs da trama original.
De herói a vilão
Missão: Impossível (o filme) tem Jon Voight no papel de Jim Phelps. O herói original da franquia lidera a equipe, sendo inclusive mentor do jovem Ethan Hunt de Cruise no primeiro longa. Phelps é aparentemente morto no início da história, em uma emboscada contra diversos agentes da IMF. Mas, em uma virada de trama digna das melhores histórias de espionagem, o personagem não só se revela vivo, como por trás da morte dos próprios companheiros, traindo a IMF após décadas em serviço.
Se, hoje, o plot twist perdeu boa parte do peso, já que a série original é ofuscada pelo sucesso estrondoso da saga no cinema, na época, a confusão foi grande, principalmente com o elenco do M:I original.
Em reportagem da CNN, na época da estreia, em maio de 1996, Peter Graves, o Phelps clássico, não entregou o spoiler, mas não se fez de rogado ao lamentar a direção tomada pelo filme. Ele diz:
“Me senti mal por terem dado o nome Jim Phelps ao personagem. Mais ainda pelo que acontece com ele.”
Onde assistir à série Missão: Impossível?
Se você for um não tão jovem nerd, é possível que tenha pego alguma das exibições de Missão: Impossível na TV aberta. A série clássica, de 1966, chegou ao país ainda na década de 1960, com exibição na TV Excelsior. As TVs Record e Bandeirantes também exibiram a trama ao longo da década de 1970.
Missão: Impossível ganhou duas novas temporadas em 1988, pela rede ABC, trazendo apenas Peter Graves de volta como Jim Phelps. O reboot chegou ao país pela Globo, com exibição a partir de 1990.
A série completa saiu em DVD, com edição nacional, embora encontrar versões em catálogo seja, por si só, quase uma missão impossível. Mas com o maravilhoso advento da tecnologia, a trama está em catálogo no streaming Oldflix, dedicado a produções clássicas de décadas passadas.
Você pode até emendar a maratona com os 6 filmes de Missão: Impossível, disponíveis no catálogo do HBO Max. Já a sétima aventura de Tom Cruise, Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte Um, está em cartaz nos cinemas.
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