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FOAMSTARS até impressiona no visual, mas deixa a desejar no conteúdo | Review

O controverso modelo de jogos como serviço (tradução livre do termo games as a service) enfrenta tempos sombrios. De forma geral, a indústria está à beira de um colapso com custos de desenvolvimento insustentáveis, cancelamentos de projetos e inúmeras demissões, mas segue lançando títulos que se sustentam às custas de microtransações. E FOAMSTARS, mais recente título publicado pela Square Enix, é um reflexo desse cenário.

Desenvolvido pelo estúdio japonês Toylogic, que conta com jogos como Nier Replicant ver.1.22474487139… em seu currículo e também colaborou no desenvolvimento de projetos como Super Smash Bros. Brawl e The Evil Within, FOAMSTARS se encaixa no gênero de jogo de tiro multijogador em terceira pessoa. E até aí, não há nenhum problema.

A questão é que FOAMSTARS, infelizmente, é um shooter com visuais bonitos, cujo conteúdo deixa muito a desejar. Antes de entrar nesse assunto, porém, vale apresentar o que exatamente é e como se joga esse game.

Um Splatoon ao contrário

Imagem do jogo FoamStars
A movimentação mais básica do jogo é com pranchas, mas é possível ter outros itens (FOAMSTARS/Captura de Tela/Reprodução)

A Square Enix pode fugir o quanto quiser desse assunto, mas é impossível não lembrar de Splatoon ao jogar FOAMSTARS. A premissa aqui é diferente, claro, mas as regras são basicamente as mesmas: usar sua arma para cobrir o terreno e o oponente com espuma (ou tinta, no caso do game da Nintendo).

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Em FOAMSTARS, no entanto, os personagens participam de um reality show e formam grupos de até quatro pessoas para desafiar o time adversário. As partidas do modo Versus são todas online e acontecem em arenas, onde os integrantes de cada equipe utilizam armas de espuma com diferentes cores durante os combates.

Para exemplificar: o time de espuma azul enfrenta a equipe de espuma verde e, para ganhar, é preciso soterrar os adversários com bastante espuma e depois eliminá-los surfando por cima deles com uma prancha. Além disso, cobrir a arena com a espuma que representa o seu grupo traz vantagens, pois facilita na locomoção.

Por falar em locomoção, além das pranchas de surf para atravessar as arenas cobertas de espuma, todos os bonecos contam com armas de diferentes calibres e alcances, duas técnicas recarregáveis e uma habilidade especial chamada Superstar Skill — basicamente o ultimate dos personagens. Em resumo, o gameplay e mecânicas funcionam bem, mas não oferecem nada muito inovador.

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Existe ainda um modo offline chamado Mission, em que você precisa sobreviver a hordas de inimigos ao longo de três partidas. Após completar a sequência, você conhece um pouco da história de cada um dos bonecos disponíveis e também acumula experiência, subindo de nível no passe de temporada.

Entretanto, vale apontar que os diálogos e flashbacks não empolgam, uma vez que os personagens de FOAMSTARS são estilosos, mas nada cativantes.

Muito estilo e pouco conteúdo

Imagem do jogo FoamStars
Há cenas que utilizam outros estilos de animação, deixando o jogo visualmente interessante (FOAMSTARS/Captura de Tela/Reprodução)

Em termos de conteúdo de gameplay, FOAMSTARS oferece pouco. O modo Versus online conta com três modalidades: Smash the Stars para 4 contra 4 jogadores; Happy Bath Survival em que vence o time que permanecer na arena; e Rubber Duck Party, que coloca as equipes para disputar o controle de um pato de borracha que faz gols.

O game oferece ainda partidas ranqueadas para jogadores competitivos — algo que não é minha praia —, e você pode criar salas online para jogar com os amigos, se quiser. E é basicamente isso. Vale registrar também que consegui testar apenas o Smash the Stars, pois não foi possível encontrar partidas nas demais modalidades.

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E até mesmo nesta modalidade foi difícil de achar partidas. Em muitos casos, tive que esperar três minutos ou mais para que o jogo encontrasse um time para me encaixar. Foram poucas as vezes em que a procura foi rápida, durando cerca de um minuto ou menos.

Somando as longas esperas, a frustração de não conseguir encontrar partidas em modalidades diferentes, e um enorme e vazio hub que você pode decorar com cosméticos variados… Não deu outra: rapidamente cansei de FOAMSTARS.

E as microtransações?

Imagem do jogo FoamStars
Há a possibilidade de comprar várias coisas em FOAMSTARS, e isso não é tão positivo (FOAMSTARS/Captura de Tela/Reprodução)

O game foi lançado com um passe de temporada premium que custa US$ 5,99 (cerca de R$ 29,72, na cotação atual) e concede acesso a dois eventos sazonais por tempo limitado, dois modos temáticos e um evento que acontece apenas nos fins de semana. Intitulada de Starry Pop, a Square Enix informa que essa é a primeira de muitas temporadas para o título.

Além disso, quem adquire o pacote desbloqueia imediatamente os novos personagens e pode ganhar cosméticos adicionais exclusivos. Para aqueles que optam por não comprar o conteúdo, há o passe de temporada gratuito que segue a fórmula básica: jogar inúmeras partidas para acumular experiência e, assim, desbloquear as recompensas.

A cereja do bolo, porém, está nas microtransações de cosméticos: o jogo oferece conjuntos de personagens, que são basicamente pacotes repletos de itens e visuais exclusivos, mas que custam US$ 44,99. Isso equivale a cerca de R$ 223,00 (na cotação atual), completamente fora da realidade de inúmeros brasileiros.

FOAMSTARS vale a pena?

Imagem do jogo FoamStars
O título pode ser interessante para os curiosos, mas não tem as características para manter uma boa base de fãs (FOAMSTARS/Captura de Tela/Reprodução)

É complicado recomendar FOAMSTARS. Atualmente o jogo está disponível para assinantes da PlayStation Plus Essential sem custos adicionais. Mas, a partir de 5 de março de 2024, o jogo sai do catálogo de “jogos grátis” para membros do serviço e precisará ser adquirido a preço cheio.

Ou seja, se você adicionar FOAMSTARS à sua biblioteca de jogos e continuar sendo assinante da PlayStation Plus, poderá jogar continuamente ao longo dos próximos meses. Mas, caso deixe de ser um membro, perderá o acesso.

O que podemos dizer é: se você tiver uma assinatura ativa e uma certa curiosidade pelo título, vale aproveitar para testar. Caso contrário, FOAMSTARS não vale a pena. O gameplay pouco inovador, a ausência de conteúdo, os preços exorbitantes das microtransações, os problemas na busca por partidas e o modo offline com histórias pouco cativantes não são suficientes para investir tempo. A experiência realmente oferece cenários visualmente lindos e personagens estilosos, mas não passa disso, infelizmente.


Esta review foi feita no PlayStation 5. A Square Enix cedeu o passe de temporada premium Starry Pop e os conjuntos de cosméticos das personagens Soa e Mel T.

Além do PlayStation 5, FOAMSTARS também está disponível para PlayStation 4 e os assinantes da PlayStation Plus Essential podem adicionar o jogo gratuitamente às suas bibliotecas no mês de fevereiro de 2024.

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