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E se, em vez de apenas chegar até o fim de uma fase, Mario precisasse resolver quebra-cabeças no caminho? É necessário mais do que precisão nos saltos e reflexos rápidos para se dar bem em Mario Vs. Donkey Kong, remake para o Nintendo Switch de um título lançado há 20 anos para o Game Boy Advance.
Neste lançamento, o jogador deve se acostumar a parar e observar com calma o que está acontecendo ao seu redor – algo que raramente aconteceria em um jogo de plataforma normal de Mario.
Com muito conteúdo, mas dividido em fases curtas que são ideais para quem joga no modo portátil, este relançamento se justifica com o acréscimo de novos modos que melhoram muito a experiência do original.
Eu vim ver o macaco
A maior inspiração do jogo está no Donkey Kong original de fliperama, que é de onde vem a rivalidade entre Mario e DK – personagens que, depois de muitas festas, corridas de kart e partidas de tênis, cultivaram uma belíssima amizade.
Mas, quando um comercial de TV revela que Mario tornou-se um empresário da indústria dos brinquedos, o gorila tem uma recaída e invade a fábrica onde são feitos os bonequinhos Mini-Mario, roubando todo o estoque para si. É um crime bem menos difícil de explicar pro resto da turma na mesa da ceia de Natal do que sequestrar a prefeita Pauline, mas é o suficiente para colocar o Donkey Kong de volta no papel de vilão.
Mario decide fazer justiça com as próprias mãos, e começa a perseguir seu antigo rival por fases que misturam desafios acrobáticos de plataforma e quebra-cabeças com botões, obstáculos remanejáveis, raios laser e até mesmo chaves escondidas.
É uma aventura com um ritmo bem diferente do que se espera de um Mario 2D: as fases são bem curtinhas, mas ficam progressivamente mais difíceis de solucionar na medida em que as mecânicas de quebra-cabeça vão empilhando.
Na primeira metade do jogo, as fases consistem em uma sequência de duas telas – na primeira, Mario deve levar uma chave até a porta e, na segunda, resgatar um dos bonecos. No caminho, ele tem a opção de coletar 3 presentes coloridos que determinam se a fase foi verdadeiramente completada. Cada um dos 8 mundos do jogo consiste em seis fases desse estilo, mais uma em que o objetivo é guiar os Mini-Marios até um baú e uma batalha de chefe contra o DK.
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Como em Super Mario Bros. 2, o famoso encanador consegue erguer e arremessar certos inimigos e obstáculos, o que é essencial para a solução dos quebra-cabeças. Ele também dá um salto mortal para trás, além de plantar bananeira e andar com as mãos, bloqueando projéteis que normalmente acertariam sua cabeça com os pés. Este último movimento ainda pode ser combinado com outros saltos para criar um salto triplo parecido com o de Super Mario 64.
É a combinação entre as acrobacias tradicionais do herói bigodudo com os quebra-cabeças que torna Mario Vs. Donkey Kong empolgante, mas de um jeito diferente de um Mario normal. Ele oferece duas camadas de diversão: apenas descobrir a solução de um puzzle e resolvê-lo com calma já é legal, mas voltar para a mesma fase e vencê-la com saltos malucos em alta velocidade é muito mais.
Um remake que se justifica
Lançado perto do fim da vida do GBA, o Mario Vs. Donkey Kong original usufruía de tudo o que o pequeno portátil tinha a oferecer. Na telinha, ele era lindo: Mario e os demais personagens eram 2D, mas com sprites construídos a partir de modelos 3D muito bem animados.
Antes de jogar o remake, isso me fez questionar se a existência de uma nova versão do jogo era necessária. Afinal, por que não apenas lançar o original no aplicativo do GBA do Switch Online?
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A resposta é simples: o novo Mario Vs. Donkey Kong tem muito mais novidades do que os remakes da Nintendo costumam ter. Dentre elas estão novas fases bônus que rendem vidas a mais e também um modo de jogo casual, que elimina o limite de tempo das fases e permite reviver algumas vezes após ser atingido sem perder uma vida. Os principais destaques, porém, são os novos mundos e o modo cooperativo.
O jogo tem dois mundos novos (o 4 e o 6) que complementam os seis do original. Juntos, eles acrescentam mais de 30 fases inéditas à experiência, que têm suas próprias mecânicas. O primeiro deles é o mundo circense Merry Mini-Land, que tem flores que assopram vento e blocos de teletransporte como as mecânicas em destaque, e o segundo é o Slippery Summit, cujos desafios giram em torno de superfícies gélidas escorregadias. Muitas das fases mais divertidas do jogo estão nestes dois mundos.
Ainda mais impressionante é o modo cooperativo, que permite que um segundo jogador controle um Toad em todas as fases da aventura. A experiência fica indiscutivelmente mais fácil com duas pessoas, já que muitos dos quebra-cabeças são imediatamente neutralizados quando você pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. Para compensar, são necessárias duas chaves para abrir as portas no modo cooperativo.
Mesmo deixando o jogo mais fácil, o acréscimo da opção cooperativa é um grande ponto positivo, por permitir que a experiência seja aproveitada de uma maneira impossível no GBA.
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Vale mencionar ainda, além dos gráficos modernizados, a trilha sonora orquestrada, que brilha em pontos específicos como no mundo 8, que traz um saxofone delicioso; e também o modo inédito Time Attack, que corta as rebarbas de cada fase e desafia os jogadores a vencê-las dentro de um limite bem apertado de tempo.
No total, Mario Vs. Donkey Kong oferece mais de 130 fases: muito mais do que o original, ainda que faltem as 12 esquisitas telas que podiam ser desbloqueadas com cartinhas do e-Reader na versão de GBA.
Pode não ser o novo jogo do Donkey Kong por qual a nação clama, mas o remake de Mario Vs. Donkey Kong é mais uma experiência única do Mario que merece a atenção de quem já conduziu o bigodudo em tantas outras aventuras no Switch.
Esta review foi feita com uma cópia digital do jogo cedida pela Nintendo.
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Mario Vs. Donkey Kong é exclusivo de Nintendo Switch, disponível para compra a partir do dia 16 de fevereiro.