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Granblue Fantasy: Relink diverte, mas falha em fisgar o jogador pela narrativa | Review

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Às vésperas de completar 10 anos desde o seu lançamento em março de 2014, a franquia Granblue Fantasy não é tão popular no ocidente quanto na Ásia. Mas, com a vontade de expandir e conquistar, a Cygames planejou por longos anos o lançamento de versões para console dos seus jogos. Assim tivemos o lançamento de Granblue Fantasy Versus: Rising em dezembro de 2023 e, depois de alguns adiamentos e sumiços, finalmente o RPG de ação que muita gente aguardava foi lançado: Granblue Fantasy: Relink.

O título é a tentativa da Cygames de criar um novo tipo de imersão para a sua aventura, agora com foco no combate em tempo real e na cooperação entre jogadores online. O resultado é um jogo que garante bons momentos em co-op, mas é tão genérico em vários aspectos, que falha em cativar quem está com o controle nas mãos.

Chegando com tudo

Imagem de Granblue Fantasy: Relink
Relink conta com uma história inédita e até mesmo um novo vilão (Cygames/Divulgação)

Apesar de ser a primeira vez no formato de jogo de RPG para videogames, não espere que Granblue Fantasy: Relink te pegue pela mão para apresentar Port Breeze e as demais ilhas flutuantes presentes naquele mundo. Para o bem ou para o mal, não existe um arco de apresentação geral da história, deixando todo o foco para a trama criada exclusivamente para o game.

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Nem mesmo a tripulação, composta por Gran/Djeeta (ou o Capitão, o personagem principal escolhido pelo jogador), Vyrn, Katalina, Lyria, Rackam, Io, Rosetta e Eugen, é realmente apresentada. É possível conhecer um pouco de cada um dos personagens através dos Episódios do Destino, mas o formato visual novel com uma arte e muito texto narrado não é o melhor formato para a apresentação de uma história para o jogador. Na verdade, essa parte parece existir somente para não dizer que não existiu uma tentativa de aproximar o jogador da obra.

Com isso, a impressão que dá é que demora tempo demais para o jogador se importar de verdade com o que está acontecendo ali e com os personagens envolvidos. É tudo muito genérico, com monstros gigantes e donzelas em perigo. Nesse tipo de situação, não é raro se perguntar se realmente vale a pena investir tempo num RPG assim, ainda mais num período de lançamentos como esse de 2024, com Persona, Final Fantasy e tantos outros. Apesar disso, é interessante como o título recompensa quem chega ao final, entregando uma bela batalha e mais algumas coisinhas.

Foco no cooperativo online

Imagem de Granblue Fantasy: Relink
Você pode ter os Cavaleiros da Ordem dos Dragões Brancos mais legais da franquia na sua party (Cygames/Divulgação)

É difícil convencer um fã de jogos de RPG de que a história não vai importar muito a longo prazo dentro de um jogo, né? No caso de Relink, sem querer passar esse pano todo para o game, o gameplay garante uma diversão bacana e um grinding satisfatório a ponto de fazer a história se tornar secundária no pacote. Mas há um porém.

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Granblue Fantasy: Relink tem grande parte do seu foco voltado para os combates cooperativos em masmorras online. E, apesar de existir a possibilidade de conectar com outros jogadores desde as primeiras horas do jogo, é só depois de finalizá-lo pela primeira vez que as recompensas e masmorras especiais estarão disponíveis para o jogador.

A campanha online do jogo é o que a gente costuma chamar de endgame, ou seja, o que se pode fazer para continuar jogando mesmo após o fim da campanha principal, como liberar novos personagens, evoluir suas habilidades, criar novas armas mais poderosas, transformar seu avatar numa máquina de pilhar monstros online. É divertido fazer isso, porque o jogo conta com um sistema de combate ágil e cheio de nuances entre as características de cada personagem. Porém, isso só vai ficar disponível com, ao menos, umas 20h de campanha.

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Imagem de Granblue Fantasy: Relink
A interface do jogo tem bastante informação e o combate pode ser agitado demais no começo (Cygames/Divulgação)

Apesar dos heróis serem todos similares, eles não são iguais. Cada uma das habilidades especiais dos personagens é inserida na gameplay para criar uma forma única de jogo. Algumas são mais simples, como encher a barra de ataque para desferir um golpe mais forte, outras mais complexas, que exigem maestria na esquiva para escapar de golpes e manter os hits dos seus combos lá no alto, aumentando seu poder de ataque.

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No começo do game, o jogador fica ao lado de Gran (ou Djeeta), os avatares principais do jogador. Depois, fica a seu critério escolher um personagem da party e dedicar toda a sua atenção a ele. Subir de nível não é uma tarefa muito complicada, mas coletar itens raros para a fabricação de armas lendárias é mais desafiador.

Coleta seletiva

A busca por materiais de fabricação de itens é parte intrínseca do jogo para quem quer curtir o endgame. Já há um vislumbre disso durante a campanha, e o jogador rapidamente percebe que a coleta de alguns itens mais raros é bastante complicada, com drops únicos de lutas com mais de cinco minutos. Mas, convenhamos, é muito mais satisfatório farmar itens de fabricação em uma party com outros jogadores online.

Imagem de Granblue Fantasy: Relink
Id é um personagem inédito em Granblue e um dos vilões mais fortes do jogo (Cygames/Divulgação)

As espadas mais raras e os amuletos mais poderosos só são destravados após o término do jogo, mesmo porque alguns itens são presenteados ao jogador apenas no endgame. Não adianta tentar farmar antes, pois os materiais são extremamente limitados e alguns nem existem até o final do jogo.

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Isso tudo corrobora com o fato de que os melhores equipamentos só estão disponíveis depois que o game termina. Aos que gostam de matar o chefão com os upgrades no máximo, esse é um belo banho de água fria. Para quem continuar o jogo nas tarefas pós-campanha principal, nem o céu é o limite.

Time equilibrado

Parte do gameplay de Granblue Fantasy: Relink é baseado no jogo original, com foco nas fraquezas elementais dos adversários. Os elementos Fogo, Vento, Terra, Água, Luz e Escuridão precisam ser levados em consideração para uma vantagem em batalha.

Graças ao pessoal da Platinum Games, desenvolvedor parceiro de Relink, o combate roda da forma mais eficiente possível, como um hack’n slash cheio de personalidade, com esquivas perfeitas que garantem invencibilidade momentânea, uma aba com quatro habilidades especiais que podem ser equipadas da forma que o jogador preferir, uma árvore de habilidades dividida entre ataque e defesa, atributos especiais nas armas e selos que garantem benefícios extras ao jogador.

Imagem de Granblue Fantasy: Relink
É possível editar a sua party quando você quiser durante o jogo, desde que antes dos combates (Cygames/Divulgação)

Os elementos funcionam como um tipo de vantagem especial, principalmente para as lutas mais difíceis, quando o nível de cada boneco sozinho não garante uma vitória. Infelizmente, a inteligência artificial dos personagens controlados pela CPU (quando jogamos sozinhos) não é das melhores, mas também não será a sua ruína – com exceção do último chefe, então fica esperto.

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A situação de Game Over também é bastante especial. Todos os personagens da party podem morrer em combate e voltar a vida algumas vezes, desde que a barra limite para isso esteja disponível. A cada morte ela diminui e, quanto mais demoramos para trazer de volta nossos companheiros, menor ela fica. Há vantagens no sistema, principalmente porque deixamos de depender de itens de cura, mas jogando sozinho a coisa pode complicar, pois a IA dos bonecos não é lá grandes coisas para se manter viva, principalmente contra ataques que matam com um único hit.

De todos os pontos do combate a serem considerados, o “link” entre os personagens é a mecânica que pode salvar a sua vida. Ataques combinados que vão aumentando a sincronia entre os lutadores do grupo, melhorando em muito os poderes de cada um. Tudo acontece numa fração de segundos, e a percepção do link é a chave para o sucesso. É bem o estilo Platinum Games de criar um gameplay fluido e divertido, e o sistema de link faz toda a diferença na hora de gerenciar a batalha com a ajuda da IA.

Imagem de Granblue Fantasy: Relink
A história não é das melhores, mas os capítulos finais são incríveis, tem até luta de kaiju (Cygames/Divulgação)

Até o final do jogo você pode mexer por completo a sua equipe. Inclusive, adquirir novos integrantes para a tripulação com tickets especiais que liberam personagens conhecidos do universo de Granblue, mas que não têm ligação nenhuma com a história que está acontecendo no game. Dentre eles, figuras conhecidas de quem jogou o game de luta, como Narmaya, Lancelot, Charlotta, Percival, Siegfried e por aí vai. Escolher com quem jogar é fundamental no game, já que a participação num time online com outros jogadores pode mudar completamente o ritmo do combate.

Granblue Fantasy: Relink é uma aposta arriscada da Cygames, um RPG inédito que mira no fandom de Granblue fora dos videogames. Ao mesmo tempo, tenta expandir a sua base de fãs com um gameplay ágil e visual satisfatório – não é o melhor cel shading do mercado, mas também não é ruim. Suas chances de sobrevivência no mercado são mínimas, mas se o online do game se manter movimentado, e se novas atividades forem integradas de forma constante, talvez Relink venha a se garantir como um dos grandes jogos da temporada.

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Essa review foi feita no PlayStation 5, com uma cópia cedida pela Cygames Inc.

Granblue Fantasy: Relink será lançado no dia 1º de fevereiro para PlayStation 5, PlayStation 4 e PC (via Steam).

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