Continua após a publicidade..

Loki prova que MCU segue vivo enquanto houver boas histórias | Crítica – 2ª temporada

O MCU se meteu numa gangorra complicada em 2023. O ano foi marcado por uma curiosa oscilação de projetos bastante fraquinhos (Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania) a espetacularmente bons (Guardiões da Galáxia Vol. 3) a desastres de novo (Invasão Secreta). Por sorte, o pêndulo veio para o lado bom do Marvel Studios em Loki, que retornou com uma segunda temporada que prova como tudo o que faz um bom projeto do MCU é uma boa história.

Retomando o gancho deixado pela primeira temporada, o novo ano tem o Deus da Mentira (Tom Hiddleston) correndo contra (e às vezes com) o tempo para salvar a agência temporal AVT do colapso, após o crescimento desordenado de infinitas ramificações da Linha do Tempo Sagrada.

A lambança é consequência da morte de Aquele Que Permanece (Jonathan Majors), uma das variantes do perigoso Kang, pelas mãos de Sylvie (Sophia Di Martino), a Loki mulher. O protagonista e seu grupo de fiéis companheiros, incluindo o maravilhoso Mobius (Owen Wilson) passam por maus bocados até que Loki encontre seu verdadeiro glorioso propósito.

Por todo o tempo. Sempre.

Se, na ficção, Loki retomou o ritmo como se os dois anos que separam as duas temporadas não fossem nada, por trás das câmeras, a série chegou num momento bem diferente de 2021. Mesmo assim, a série supera com maestria a tal fadiga de heróis e Multiverso, graças a seu maior triunfo: Tom Hiddleston.

Continua após a publicidade..

Loki chega ao segundo ano como uma grande celebração dos 12 anos de Hiddleston no papel, aproveitando o talento e a versatilidade do ator. Seja nos momentos trágicos, cômicos ou de ação, o astro entrega sua melhor performance como o personagem, amparado por um roteiro primoroso que também superou alguns solavancos.

Isso porque o novo ano teve uma dança das cadeiras no roteiro e direção. Saíram Michael Waldron e Kate Herron, criador/roteirista e diretora da primeira temporada, para a chegada de Eric Martin e a dupla Justin Benson e Aaron Moorhead, assumindo, respectivamente, as funções.

Mesmo, em teoria, sendo um dos pilares da Saga do Multiverso, a equipe nunca perde de vista que a jornada mais interessante da série sempre foi a do protagonista. Ao longo dos seis episódios, vemos, como nunca, o que de fato faz de Loki “um Loki”, culminando num belíssimo apogeu para o vilão que, uma década atrás, quase escravizou Nova York por pura ambição e egoísmo.

Continua após a publicidade..

Isso fica ainda mais evidente ao pensar que, em vez de estabelecer conexões com outros projetos, como se esperaria de uma produção da Marvel, a série retorna com uma temporada ambiciosa, mas contida, já que boa parte da ação se desenrola no interior da AVT, com consequência mais diretas para o grupo de personagens que aprendemos a amar do que para as infinitas realidades da linha do tempo sagrada.

Loki e amigos correm para salvar o tempo. Crédito: Marvel Studios/Divulgação

Clube do tempo

Além dos inseparáveis Loki e Mobius, a série traz de volta a caçadora B-15 (Wunmi Mosaku) e o simpático Casey (Eugene Cordero), agora com mais tempo de tela. A melhor novidade é Ke Huy Quan (Tudo em Todo o Lugar Ao Mesmo Tempo), como o divertido Ouroboros.

A gangue do Lokinho chega com uma dinâmica bem azeitada, cada um com seu espaço e carisma, mas conquistando o espectador e elevando as apostas da trama apocalíptica. É preciso apontar, no entanto, que Loki derrapa bastante com suas personagens femininas.

Se, no primeiro ano, Ravonna Renslayer (Gugu Mbatha-Raw) e Sylvie (Di Martino) tinham tramas intrigantes e serviam como interessantes contrapontos na linha tênue do antagonismo às vontades dos protagonistas, agora, as duas se limitam a aparecer e sumir não só de acordo com a necessidade do roteiro. Pior ainda, sempre orbitando os personagens masculinos da trama. É particularmente decepcionante que Sylvie, que tanto lutou pelo livre-arbítrio, se veja presa a embarcar nos desejos de sua variante masculina.

Continua após a publicidade..

Ainda assim, Loki encerra a segunda temporada de forma grandiosa, com uma perfeita pontuação para o arco do protagonista e um lembrete ao MCU de que, no fim, quem importa são as pessoas e as histórias. E quem tem uma história melhor do que Loki Laufeyson?

Todos os episódios de Loki estão em streaming no Disney+. Siga de olho no NerdBunker para mais novidades. Aproveite e conheça todas as redes sociais da gente, entre em nosso grupo do Telegram e mais – acesse e confira.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *