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Like a Dragon Gaiden recompensa fãs de longa data da franquia | Review

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Aos saudosistas de plantão, que estavam com saudades do mafioso mais gente fina dos videogames, Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name leva Kiryu a um mundo de espionagem repleto de traições e bugigangas ao melhor estilo 007.

Mais enxuto e compacto na experiência, o game chega com a missão de preparar o terreno para o futuro da franquia. E a cumpre muito bem.

Episódio extra

O subtítulo “Gaiden” (de história paralela) dá o tom da aventura: um momento dentro de uma série de acontecimentos importantes que foram apresentados nos dois últimos jogos da franquia. É bastante importante estar por dentro do final de Yakuza 6: The Song of Life e do que acontece em Like a Dragon (vulgo Yakuza 7), pois o jogo começa exatamente do final do sexto jogo, enquanto toda a trama se passa “dentro” de Like a Dragon.

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É confuso? Não tanto, mas há uma recompensa para o fã mais dedicado da franquia. A história geral de Yakuza se resume a nomes de gangues, famílias, dramalhões, muito “bromance” entre japoneses que falam grosso, e muita referência aos jogos antigos. Só que, apesar desse mar de nomes asiáticos, os que mais vão importar para o jogador aqui são o clã Tojo e a Aliança Omi, as duas maiores facções de Yakuza.

Imagem de Like a Dragon Gaiden
Seu novo arsenal conta com esse laço especial que pode prender vários inimigos ao mesmo tempo (SEGA/Divulgação)

Nesse contexto, Kazuma Kiryu precisa lidar com a sua própria decisão de estar “morto” para o resto do mundo, ao mesmo tempo que é escalado para ajudar numa missão que visa a dissolução dos maiores grupos criminosos do Japão. A reputação do Dragão de Dojima é colocada à prova, enquanto o desejo do mesmo em permanecer escondido do mundo não é uma tarefa fácil, já que nem escolher um nome que dê menos bandeira que “Joryu” ele consegue.

Seguindo a linha do último game, Like a Dragon Gaiden está localizado com legendas para o português do Brasil. A liberdade na escolha de algumas palavras do vocabulário dos delinquentes do jogo deixou a tradução bastante divertida. Mas, aqui entre nós, “Joryu” não soa exatamente como está na legenda, apesar do resultado ser muito engraçado no final das contas.

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Um novo começo para o Dragão de Dojima

É difícil manter um personagem tão querido fora do seu próprio jogo. Mas este foi o desejo do Ryu ga Gotoku Studios, gerando uma mudança radical nos rumos da série. Yakuza voltou a se chamar Like a Dragon no ocidente (o título havia sido utilizado nos primeiros dois jogos quando chegaram aos EUA) e, com a mudança de título, houve a chegada de um novo protagonista chamado Ichiban Kasuga, ao lado de novos aliados e inimigos.

Mas era certo que Kiryu não ficaria de fora por muito tempo. A “pontinha” realizada em Yakuza: Like a Dragon é a deixa para toda a aventura encontrada em Like a Dragon Gaiden.  De volta aos holofotes, Joryu (nome de fachada no game) tem novos poderes. Ao lado do grupo Daidoji, responsável por acobertar a sua morte de mentira, ele se transforma numa espécie de agente secreto que age nas sombras em prol do “bem maior”.

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Imagem de Like a Dragon Gaiden
Joryu pode chamar drones para atazanar a vida dos inimigos (SEGA/Divulgação)

Like a Dragon Gaiden tem dois modos de combate para Kiryu: o modo Agente e o modo Dragão de Dojima. No primeiro, Joryu é rápido na esquiva e utiliza golpes mais coreografados, aprendidos de uma arte marcial específica que ele aprendeu durante seu tempo de isolamento no esconderijo da Daidoji. Junto disso, ele pode utilizar acessórios tecnológicos para lutar: chicotes laser, drones, sapatos turbinados e cigarros explosivos.

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No modo Dragão de Dojima, temos o bom e velho estilo de pancadaria dos jogos antigos, mas um pouco mais tímido e simplificado. É menos versátil que o modo Agente, mas causa um dano absurdo contra qualquer um que apareça em seu caminho.

No geral, o combate passou por uma bela melhora em relação ao que vimos no passado. Muito dessa evolução havia começado nos dois derivados da franquia, Judgment, focados no detetive Takayuki Yagami, interpretado pelo ator e cantor japonês Takuya Kimura. Sem o uso dos gadgets de espião, o tipo de luta Agente em muito se parece com os estilos utilizados pelo detetive em seus jogos.

História mais enxuta

Imagem de Like a Dragon Gaiden
Sotenbori continua cheio de criminosos na rua, mas é muito bonito (SEGA/Divulgação)

Tudo em Like a Dragon Gaiden é uma versão um pouco menor do que já foi apresentado em outros momentos na franquia. Estamos tão acostumados a chegar na metade do game com 40 horas, mais ou menos, que ficamos até surpresos quando ele diz que o último capítulo da aventura começa ali pelas 20 horas, mais ou menos.

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Toda a ação se passa em Sotenburi, distrito de Osaka, que apareceu na série pela primeira vez em Yakuza 2. Há um pouco de ação em Isezaki Ijincho, distrito de Yokohama, mapa de Yakuza: Like a Dragon, porém, numa versão reduzida do mesmo.

Enxuto, porém, ainda cheio de coisas para se fazer. Como de costume, restaurantes, casas de fliperamas (com direito a Sonic the Fighters e Virtua Fighter 2, entre outros jogos), bares, lojas de conveniência, campos de golfe, pistas de autorama e os famosos cabarets continuam a fazer parte da experiência.

A principal diferença é que não temos mais missões paralelas que destravam novos personagens para estes minigames, por exemplo. Era comum entrarmos numa missão para conhecer um novo personagem que, no futuro, seria parte integrante de algum minigame dentro do jogo.

A rede de informação de Akame

Curiosamente, um dos problemas do título é justamente a separação das missões paralelas, agora agrupadas sob um único personagem: Akame e sua rede de informações. Apesar da ideia de agregar as missões paralelas a um sistema de evolução próprio que garante alguns itens únicos ao personagem, as missões deram uma bela queda na qualidade e criatividade em explorar outras linhas narrativas para relaxar um pouco o jogador e tirá-lo do dramalhão principal.

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Imagem de Like a Dragon Gaiden
Akame segue ao seu lado fielmente até o final do jogo, tire um tempo para fazer suas missões (SEGA/Divulgação)

Akame é a garota que ajuda Joryu a se encontrar quando desembarca em Sotenburi. Ela utiliza os mendigos da cidade para coletar informações para a sua rede, e também os ajuda nos momentos de crise, servindo como um porto seguro para todos no bairro.

Ao realizarmos suas missões, subimos de nível a sua rede de informações. Os pontos obtidos – ao lado do dinheiro acumulado – servem para comprar novas habilidades ao personagem. Vale lembrar que, mesmo com muito dinheiro no caixa, só conseguimos comprar novas habilidades se tivermos pontos Akame suficientes para o upgrade, o que praticamente obriga o jogador a realizar essas missões paralelas.

O Coliseu

Outra função da Akame é apresentar o jogador ao Castle, uma balsa clandestina gigantesca que abriga um lugar sem leis, de pura diversão – e comandado pelo sádico patriarca do clã Kijin, Homare Nishitani III (interpretado pelo ator coreano Kim Jae-wook).

Imagem de Like a Dragon Gaiden
Pensa num cara sádico, quase uma versão “moderna” de Goro Majima. Acho que ele ainda vai ser um personagem querido no futuro (SEGA/Divulgação)

O lugar é o paraíso da jogatina ilegal, das apostas, dos desejos mais bizarros e, claro, de um Coliseu cheio de lutas individuais e em grupo. É aqui também o principal lugar para subir seu personagem de nível.

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O ranqueamento do Coliseu é dividido em bronze, prata, ouro e platina. E para as partidas em equipes, para criar o clã Joryu será necessário recrutar alguns lutadores que estejam dispostos a lutar com você. Alguns deles a gente encontra no lounge do Coliseu, outros precisa gastar um dinheiro para que as pessoas sirvam como agenciadores. Nada muito complexo.

Imagem de Like a Dragon Gaiden
O Castle fica escondido numa balsa em alto mar (SEGA/Divulgação)

Aqui entram também as participações especiais. Masaharu Kaito, detetive parceiro de Yagami em Judgment, faz uma ponta não apenas numa missão paralela, mas como personagem jogável no coliseu. Figurões de outros jogos, como Goro Majima, Taiga Saejima e Daigo Dojima, podem ser adquiridos como exclusivos da versão mais cara do game.

O Coliseu é aquele minigame que podemos destacar como principal dentro do jogo. Na verdade, é possível até compará-lo o com a versão de criação de clãs para combates isométricos automatizados (como em alguns jogos de RPG para celulares) de Yakuza 6.

Infelizmente, as coisas em Like a Dragon Gaiden são extremamente simples. As lutas no Coliseu são exatamente as mesmas encontradas em qualquer briga de rua do jogo. Alguns combates especiais se dão como torneios (do tipo vencer três lutas em seguida) ou combates em grupos. É divertido buscar por novos aliados (encontrados espalhados pelos mapas do jogo), porém é basicamente isso.

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É bem pobrinho, mas, só dessa vez vou passar um pano, porque tal característica não estraga a experiência do jogo, pelo contrário, ajuda na tarefa de fazer o famoso “grind” em busca de todas as habilidades do personagem.

O champagne mais caro da casa, por favor

No que diz respeito aos clubes de hosts de Yakuza, em que mulheres acompanham os homens durante sua estadia, servindo-lhes drinques, acendendo seus cigarros e conversando alegremente com eles com o intuito de fazê-los gastar dinheiro para o clube, sim, eles continuam no game.

Dessa vez, são apenas dois clubes disponíveis para a visitação – e cinco hosts diferentes. Nesses clubes, o que vale é o seu dinheiro. Compre do melhor champanhe para suas acompanhantes e não deixe de presenteá-las ao final da experiência. O fato do game colocar tudo na perspectiva de “POV” (point of view, ou seja, ponto de vista) para criar a ilusão de que é você ali com a garota, faz a gente passar um pouquinho de vergonha, mas é essa a experiência “Yakuza” que a maioria dos jogadores anseia a cada jogo novo.

Para “ganhar” no minigame, é preciso preencher a barra de vida rosa (no canto esquerdo da tela) três vezes – algo que leva em torno de seis encontros, no mínimo, pela bagatela de 10 mil ienes cada. Vale lembrar também que todas as hosts passaram por uma votação para serem escolhidas para o game.

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Imagem de Like a Dragon Gaiden
Kei (Kson) tem uns papos muito aleatórios, vale a pena conferir (SEGA/Divulgação)

Não sei se todos sabem, mas normalmente as hosts do game são figuras famosas do entretenimento de vídeo adulto do Japão. Em Yakuza 6, por exemplo, Anri Okita (hoje aposentada), fazia as vezes de host num minigame de chat via webcam. Além dela, muitas outras modelos famosas já fizeram parte do game em alguma das suas iterações.

A sensação de Like a Dragon Gaiden fica por conta da V-Tuber Kson, muito famosa no Japão e uma grande fã do game. Sua personagem virtual é uma ex-líder de gangue que agora segue sozinha pelo mundo. No game ela é representada como ela é de verdade, já que o minigame de hosts agora funciona com vídeos reais das garotas.

Presente e futuro promissores

Like a Dragon Gaiden traz de volta Kazuma Kiryu em grande estilo. É um jogo que não vai tomar muito do seu tempo, e chega para amarrar os acontecimentos narrados em Yakuza: Like a Dragon de forma mais do que satisfatória.

Além disso, deixa bem claro as intenções dos desenvolvedores em relação ao futuro do personagem. De acordo com informações recentes sobre o do futuro da série, tudo já estava sendo planejado para que, no próximo jogo (Like a Dragon: Infinite Wealth, que será lançado em 2024), o protagonismo seja dividido por Ichiban e Kiryu.

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Logo, muitas histórias boas ainda estão por vir, e esse game funciona como um prelúdio excelente.


Essa review foi feita com uma cópia cedida pela SEGA e RGG.

Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name está disponível Xbox Series X | S e Xbox One, PlayStation 4 e 5, e PC.

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