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Yoshi-P comenta sobre o livro no final de FFXVI e servidor latino em FFXIV | Entrevista

Naoki Yoshida, carinhosamente conhecido como Yoshi-P, é uma das lendas por trás da franquia Final Fantasy e que esteve presente na BGS 2023, feira de jogos que aconteceu entre os dias 11 e 15 de outubro, em São Paulo.

O NerdBunker teve a oportunidade de entrevistar a mente por trás de Final Fantasy XVI e Final Fantasy XIV, que esbanjou simpatia, humildade e muitas informações e curiosidades dos dois jogos durante o evento.

Foi um papo praticamente trilíngue, em que as perguntas em português foram respondidas em japonês por Yoshi-P e rapidamente traduzidas para inglês pelo diretor de localização Koji Fox — uma dinâmica maluca que mostra um pouquinho dos bastidores de como geralmente acontece uma entrevista com um desenvolvedor do Japão. Vocês podem conferir a entrevista completa no vídeo no topo da matéria!

Entre os destaques, estão os comentários de Yoshida sobre o autor misterioso do livro que aparece na cena final de Final Fantasy XVI, além de uma explicação sobre a possibilidade de um servidor dedicado para a América Latina em Final Fantasy XIV no futuro.

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Confira abaixo, na íntegra, toda a entrevista do NerdBunker com o desenvolvedor.

Como foi o processo de escolha dos Eikons para Final Fantasy XVI, que têm um papel tão importante no jogo?

Yoshi-P: “Então, diferente de outros jogos de Final Fantasy, nos quais os Summons basicamente eram algo invocado por magia, os jogadores passaram a ser o próprio Summon no Final Fantasy XVI. Então olhamos toda a franquia e queríamos escolher Summons que aparecem e são conhecidos por toda a franquia, desde os clássicos até os mais recentes. Então, para o protagonista Clive, escolhemos o Ifrit porque ele geralmente é um dos primeiros Summons que você encontra em vários Final Fantasy, e muitos jogadores podem se identificar com isso.”

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Uma pergunta sobre o final de Final Fantasy XVI que levanta muito debate é ‘quem escreveu aquele livro?’. Causar tanto mistério sobre isso foi intencional? Pode comentar ou dar alguma pista?

Yoshi-P: “Enquanto nós temos uma ideia de quem escreveu o livro, escolhemos propositalmente não revelar ao jogador. Algo que queríamos fazer com a história de Final Fantasy XVI é que, por ser tão complexa, queríamos que os jogadores pudessem analisá-la de ângulos diferentes. Para, então, ter uma interpretação da história única para cada jogador. Em vez de nós darmos todas as respostas, queríamos deixar um espaço para que os jogadores pudessem chegar à uma conclusão sozinhos, baseando no que sentem e em seus esperanças e sonhos. Acho que ter uma resposta só com isso é algo lindo, e queremos que o jogador tenha essa oportunidade. Por isso, eu nunca vou revelar [quem escreveu o livro]!”

Sabemos que Final Fantasy XVI terá DLCs, mas existe chance do jogo ser expandido para outras mídias, como anime ou light novel?

Yoshi-P: “Algo que já temos anunciado é a peça teatral ao vivo de Final Fantasy XVI. Além disso, não temos planos para adaptar ou expandir o jogo em anime por enquanto. Isso porque atualmente não temos muito tempo para gastar com isso. Estamos trabalhando nos DLCs e também planejando nosso próximo jogo. Dito isso, a versão de PC será lançada e mais jogadores vão conhecer esse mundo. Então, talvez, teremos mais pessoas pedindo por algo do tipo, e uma empresa faça uma proposta de levar FFXVI para o mundo dos animes e mangás. Na verdade, algumas pessoas interessadas já vieram com a ideia para a gente. Então é uma ideia que está viva, mas não temos nada confirmado por enquanto.”

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Algo que jogadores brasileiros de Final Fantasy XIV pedem muito é um servidor dedicado para a América do Sul. Isso é possível acontecer?

Yoshi-P: “Até o momento, Final Fantasy XIV sempre usou centros físicos de dados, com hardwares de ponta para oferecer a melhor experiência aos jogadores. Gastamos muito dinheiro para criar essa infraestrutura em diferentes regiões. Temos centros de servidores no Japão, Estados Unidos, Europa, China e Coreia. Mas, para criar algo do tipo, custa muito dinheiro, espaço e hardware. Então temos que pensar em algo diferente para seguir em frente. Mas nossos engenheiros dos servidores internos conversaram com muitas empresas nos últimos anos sobre os próximos passos que podemos tomar. É também difícil de mudar os servidores para uma tecnologia de nuvem, mas fizemos progresso nisso nos últimos cinco anos. E agora é o momento de dar os próximos passos. Falaremos mais sobre isso no London Fan Festival, mas teremos um teste com um centro de servidor na nuvem. Queremos a participação do máximo possível de fãs nisso. Porque, se o teste for bem sucedido, significa que teremos oportunidades para que mais regiões do mundo acessem esse servidor, como o Brasil. Assim, vocês terão uma experiência ainda melhor com o jogo. Então convidamos todos a nos ajudarem com o teste para esse progresso ser rápido.”

Final Fantasy XIV é imenso no Brasil, e você é muito amado por aqui. Alguns até te consideram um Deus! Qual é sua reação para tanto carinho dos fãs brasileiros?

Yoshi-P: “Estou muito feliz com todo amor e apoio dos fãs, especialmente aqui no Brasil. Centenas de fãs vieram nos ver. Eles me param pelos corredores para tirar foto comigo. Isso, para mim, se torna minha principal motivação quando eu volto para o Japão. Estou muito emocionado com essa experiência. Quanto às pessoas que dizem que sou um Deus, eu sou apenas um gamer! Sou como vocês. Um gamer que, por acaso, fez 50 anos neste ano. Em vez de ser um Deus, prefiro apenas ser um amigo. Então, quando me verem, pensem em mim como alguém que é como você. Outro ponto é que, como eu lidero o projeto, eu posso vir a lugares como a BGS 2023. e representar a equipe, mas sou só um representante. Não faço o jogo sozinho. Tenho todo o apoio da equipe e de pessoas como o Koji, desde quem cuida do desenvolvimento até do marketing. Então é por causa do trabalho duro deles que eu posso fazer isso. Cada mensagem que recebo dos fãs que dizem que me amam, eu levo para a equipe e digo que os fãs amam eles! É isso que tudo significa.”

Final Fantasy XVI está disponível para PlayStation 5, além de ter sido confirmado para chegar ao PC em breve. Já Final Fantasy XIV está disponível para PlayStation 5, PlayStation 4 e PC — e também está a caminho do Xbox X|S em 2024.

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