PAYDAY 3 traz a gangue de assaltantes mascarados tocando o terror em Nova York, com uma série de crimes ambiciosos para você curtir com seus amigos. Ainda que o foco seja na jogabilidade, você sabia que a franquia tem uma história recorrente?
Se essa é a sua primeira vez na saga, ou então se você jogou tudo sem prestar atenção na trama, te explicamos a história da franquia PAYDAY abaixo — ou pelo menos tentamos explicar, já que tudo é bem bagunçado e meio bizarro.
Para contextualizar, a trama só começou a ser desenvolvida pelos desenvolvedores a partir de PAYDAY 2 (2013), mas “aos trancos e barrancos”. Ao longo de uma década, o jogo teve centenas de atualizações, uma websérie e quadrinhos derivados. De início, nada seguia uma linha temporal clara e alguns eventos até contradiziam outros.
Em outubro de 2014, os desenvolvedores começaram a organizar a cronologia através dos chamados FBI Files, arquivos de texto com descrições dos personagens e acontecimentos daquele universo.
Mesmo que esclarecedores, os arquivos ainda não ordenam tudo de forma tão coesa e linear. Sendo assim, são os fãs que organizam as linhas temporais da saga, com interpretações próprias do que é importante e do que merece ser deixado de lado.
De qualquer forma, é uma trama que envolve todo um submundo do crime global, John Wick e até mesmo artefatos místicos.
[Atenção, spoilers dos jogos de PAYDAY a partir de agora]
Quem são os quatro criminosos de PAYDAY?
De início, o universo de PAYDAY é muito parecido com a vida real. O jogo, porém, dá ênfase ao mundo dos ricos e poderosos, e aos vários esquemas de corrupção em que estão envolvidos para acumular dinheiro. É ao perceber essa injustiça que um criminoso decide que quer uma fatia desse bolo. Assumindo o codinome de Bain, ele monta um esquema de crimes por todos os Estados Unidos chamado de Crime.Net, e recruta uma equipe de ladrões para orquestrar roubos cada vez maiores.
Para sua equipe principal, batizada de Payday Gang, Bain recruta quatro criminosos:
- Nathan Steele, codinome Dallas: um médico com experiência no tráfico de armas, que se refugiou na cidade de Dallas, no Texas, após criar uma guerra entre a máfia de Chicago;
- Ulf Andersson, codinome Wolf: um revoltado ex-CEO de uma grande empresa de segurança que se vê falido pela competição desleal praticada pela GenSec, uma firma rival de segurança particular;
- James Hoxworth, codinome Hoxton: um ladrão de banco inglês com longo histórico de crimes;
- Nicolas, codinome Chains: um ex fuzileiro naval que usa toda a sua experiência militar como mercenário.
Cada um com sua especialidade, a equipe passa a atacar em vários pontos de Nova York, de bancos à embaixadas, que são os assaltos mostrados em PAYDAY: The Heist (2011), primeiro jogo da franquia.
Rapidamente a gangue constrói uma reputação, especialmente após um ambicioso roubo às reservas de ouro do First World Bank, em Manhattan. Depois de algo tão chamativo assim, Bain recomenda que os ladrões se escondam por alguns meses, com o grupo se realocando em Washington, D.C..
A rede de criminosos e aliados de PAYDAY 2
Esse tempo, porém, não é nada tranquilo. O FBI passa a investigar os criminosos e acaba encontrando Hoxton, colocando o inglês na cadeia. Mesmo sem um membro, a gangue decide que é hora de voltar à vida do crime e parte em uma onda de assaltos em Washington, com o irmão de Dallas no posto do antigo membro.
A nova empreitada é essencial para que o grupo faça três novos contatos: O Dentista, um criminoso (interpretado por Giancarlo Esposito) que usa a profissão titular como disfarce para organizar grandes roubos e manipulação política; Vlad Kozak, um poderoso criminoso ucraniano com reputação de ser louco; e Hector Morales, um impiedoso traficante de drogas colombiano, que ajudou a gangue a se realocar para a nova cidade.
Os três fornecem todo tipo de prática ilegal ao grupo em forma de contratos, mas é O Dentista que se destaca. Aparentemente inofensivo, ele pede para que os assaltantes de Bain ajudem a manipular a percepção pública de um político chamado John Henry Simmons (codinome O Elefante), que está na disputa para o Senado dos EUA.
Seguindo a lógica de “uma mão lava a outra”, isso envolve assassinar um figurão da máfia russa — com a ajuda de Jacket, o protagonista de Hotline Miami, por algum motivo — em um favor para o procurador-geral da cidade. Em troca, ele reduz a segurança de Hoxton na prisão e agenda uma transferência, o que dá brecha para um resgate, que chegou até a ser mostrado em live-action como parte de uma websérie.
O Dentista ainda auxiliou o grupo em um ataque a uma casa-segura do FBI, em que descobriram que Hoxton havia sido incriminado por ninguém menos do que Hector Morales, que colaborou com o FBI para se livrar da pena por seus crimes. Em retaliação, o inglês mata o traficante que o colocou na cadeia. Mas, como nada é simples naquele universo, isso cobrará um preço mais tarde.
Vale citar que a gangue também encontrou aliados na nova cidade, colaborando com alguns nomes como Jiro, um ex-Yakuza em busca do filho perdido; o irlandês Clover, aprendiz de Hoxton; o já citado Jaket, de Hotline Miami; e John Wick, o temido assassino de aluguel interpretado por Keanu Reeves na franquia de filmes homônima. Não só Wick existe nesse universo, como todo o seu submundo de criminosos e o hotel Continental, também.
A traição do Dentista e novos criminosos
O Dentista envia a gangue para assaltos progressivamente mais estranhos e desafiadores. O último deles é atacar um cassino em Las Vegas, em busca de uma estranha caixa dourada, com o desenho de uma pirâmide. Pouco após a conclusão, O Dentista desaparece. Não se escala Giancarlo Esposito para um papel se não for para tê-lo como vilão, né? Portanto, guarde esse evento que isso será importante para o final alternativo da trama.
De meros ladrões, a gangue alcançou um prestigioso status no submundo do crime global, conhecidos nos Estados Unidos e Europa. Essa reputação é ameaçada por uma figura chamada Vernon Locke, um militar sul africano que hackeia a Crime.Net de Bain, colocando o fluxo de contratos e contatos dos protagonistas em risco. Sem opções, eles começam a fazer trabalhos para o hacker na luta contra a Murkywater, uma gigantesca organização mercenária.
Após roubarem de várias bases da Murkywater, o problema surge em uma negociação de armas entre Locke e uma figura chamada The Butcher, que é uma traficante bósnia extremamente violenta. A negociação dá errado, Bain é dado como desaparecido e tudo indica que Locke traiu o grupo principal — mas há uma reviravolta. Na real, a Murkywater estava por trás de tudo, e Locke é um aliado para os assaltantes, mandando-os para uma antiga prisão em busca de resgatar Bain.
A missão é muito mais caótica do que o esperado. Os assaltantes encontram segurança pesada no local, e descobrem que foram traídos pelo Dentista, que informou sobre a chegada dos ladrões para a corporação. Lutando contra hordas de mercenários, a gangue consegue encontrar e resgatar Bain, mas o líder foi cobaia de um vírus experimental.
Para deixar tudo mais estranho, vale citar que esse vírus é o mesmo que origina os zumbis de Left 4 Dead, visto que foi roubado pelos assaltantes anos antes, durante uma missão de PAYDAY: The Heist ambientada no Mercy Hospital, mesmo cenário da primeira fase do game de zumbis da Valve. O crime do passado se voltou contra os criminosos.
O roubo na Casa Branca
No leito de morte, Bain organiza um último grande assalto para fechar os eventos de PAYDAY 2 com chave de ouro: invadir a Casa Branca e roubar documentos oficiais que perdoariam a gangue de todos seus crimes, assinados pelo presidente dos EUA.
A missão é na surdina e o objetivo é encontrar a Sala Presidencial de Operações Emergenciais, onde os documentos estão escondidos. Os assaltantes invadem o local, encontram o acesso para a sala especial, conseguem os documentos e fogem em um helicóptero de Locke.
Infelizmente, Bain não resiste ao vírus e morre. A cena final mostra o grupo no funeral do líder no México, jogando suas máscaras no fogo em homenagem. Perdoados de todos os seus crimes, a gangue consegue uma vida tranquila na aposentadoria.
Um final alternativo bizarro
Ainda na Casa Branca, é possível desbloquear um desfecho diferente para a trama do segundo jogo. A conclusão é muito mais grandiosa e francamente bem estranha, já que beira o sobrenatural.
Lembra da caixa que O Dentista mandou o grupo obter? O artefato estava cheio de inscrições Illuminati, como uma pirâmide. Ao longo do jogo, esse não é o único item fantástico que os jogadores podem obter, encontrando também medalhões maias.
Após concluir vários assaltos, é possível executar um easter egg complexo na sala segura, que envolve juntar os itens coletados e até tocar piano. Esse é só o começo de uma jornada complexa, que se estende até a Casa Branca. Na fase final, o grupo pode liberar uma sala maia escondida no complexo.
Lá dentro, há diversos enigmas a serem resolvidos, além de um confronto final com o Dentista, que fez Bain de refém. Os jogadores batem boca e trocam tiros com o vilão, eliminando-o de vez. Liberar a câmara secreta permite saquear um punhado de ouro maia, extremamente valioso.
A conclusão é curiosa: os artefatos da sala secreta da Casa Branca permitem que Bain — que, vale lembrar, estava à beira da morte — reencarne no corpo do presidente dos Estados Unidos (sim). Assim, ele utiliza sua nova posição de poder para afirmar que a Payday Gang foi eliminada pela polícia. Na realidade, o grupo escapou em segredo, carregando todo o ouro e dinheiro coletado.
A trama de PAYDAY 3
Nos fóruns do Steam e no Reddit, os fãs discutem até hoje qual final é realmente canônico. Seja como for, o desfecho é o mesmo: os ladrões se aposentaram. Infelizmente, o descanso não dura muito quando eles se tornam alvo de um golpe e perdem toda a grana que acumularam na vida do crime.
Dessa forma, os quatro se reúnem e voltam à Nova York, buscando recomeçar no submundo criminoso e encontrar quem foi o responsável por traí-los. A retomada, porém, apresenta novos desafios, já que agora se deparam com um mundo muito mais digitalizado, incluindo criptomoedas, hipervigilância e uma série de contatos no lado obscuro da internet.
Para ajudá-los, a gangue conta com a adição de duas criminosas: Joy, uma jovem hacker japonesa que havia dado as caras na versão de Nintendo Switch de PAYDAY 2; e a inédita Pearl, que é uma golpista experiente com habilidades para se infiltrar entre os ricos, famosos e as grandes corporações.
O grupo agora é liderado por uma figura chamada Shade, uma antiga aliada de Bain que promete cuidar dos assaltantes. No comando da Crime.Net, ela distribui assaltos para que a gangue consiga se reestabelecer para lutar contra as novas ameaças do submundo do crime.
PAYDAY 3 já está disponível para PlayStation 4, Xbox One, PC, Xbox Series X | S e PlayStation 5.
Fontes: Reddit // Steam // TheKknowley no Youtube