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Unity recebe chuva de críticas após anúncio de nova taxa para games

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A Unity anunciou recentemente um novo modelo de negócio para o seu motor gráfico de jogos, cobrando por cada download, e recebeu reações extremamente negativas de diversos desenvolvedores. Alterações no plano original da empresa já estão sendo discutidas, mas ainda é possível que vários serviços existentes no mercado de games sejam afetados, principalmente quando falamos de títulos indie e estúdios pequenos.

Uma das desenvolvedoras que deram fortes respostas ao anúncio da Unity é a Massive Monster, responsável por Cult of the Lamb — que foi criado sob o motor gráfico em questão. Nas redes sociais, o estúdio explicou que o novo modelo de negócio resultaria no adiamento de futuros projetos.

O Massive Monster também comentou que pode retirar Cult of the Lamb de todas as lojas após 1º de janeiro de 2024, quando as alterações para a Unity Engine começariam a valer. Caso a ameaça se torne realidade, ninguém mais poderia comprar o jogo a partir dessa data.

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“A introdução dessas taxas pela Unity pode representar desafios significativos para aspirantes a desenvolvedores.”

Outro desenvolvedor que expressou seu descontentamento, em entrevista ao Eurogamer, foi Dan Marshall, da Size Five Games, responsável por títulos como Lair of the Clockwork God e The Swindle.

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“É uma catástrofe absoluta e vou substituir a Unity pela Unreal assim que puder. A maioria dos indies simplesmente não tem recursos para lidar com esse tipo de logística idiota. As publicadoras serão menos propensas a aceitar jogos Unity, porque agora há um custo e uma sobrecarga. […] Essas mudanças são muito vagas e parece que foram pensadas pela metade.”

Confira abaixo outras reações de estúdios e desenvolvedores independentes:

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Agroo Crab (Another Crab’s Treasure)

“A instalação de Another Crab’s Treasure será gratuita para os 25 milhões de assinantes do Game Pass. Se uma fração desses usuários baixar nosso jogo, a Unity poderá cobrar uma taxa que prejudicará enormemente nossa receita e ameaçará a sustentabilidade de nosso negócio. […] Esta decisão coloca a nós e a inúmeros outros estúdios em uma posição em que talvez não seremos capazes de justificar o uso do Unity em títulos futuros. […] Em nome da comunidade de desenvolvedores, pedimos à Unity que reverta a mais recente de uma série de decisões míopes, que parecem priorizar os acionistas em detrimento dos usuários reais de seus produtos.”

InnerSloth (Among Us)

“Isso prejudicaria não apenas a nós, mas a outros estúdios de todos os orçamentos e tamanhos. Se isso acontecer, atrasaríamos conteúdos e recursos que nossos jogadores realmente desejam para portar nosso jogo para outro motor gráfico (como outros também estão considerando). Mas muitos desenvolvedores não terão tempo ou meios para fazer o mesmo.”

With Beam Games (Unpacking)

“Então, devo reconstruir todo o meu jogo em um motor gráfico diferente?

Gastamos uma pequena fortuna em licenças profissionais para desenvolver o jogo ao longo de vários anos — parece meio insano que a Unity possa simplesmente lançar isso por capricho.

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Eles deveriam reembolsar os custos da licença vitalícia para todos.”

New Fangled Games (Papel Trail)

“Se você comprar nosso jogo em Unity, não o instale.”

Mega Crit (Slay the Spire)

“A estrutura retroativa de preços das taxas de tempo de execução não é apenas prejudicial de inúmeras maneiras para os desenvolvedores – especialmente os independentes – mas também é uma violação da confiança. Acreditamos que o Unity está totalmente ciente disso, visto que eles chegaram ao ponto de remover seu repositório GitHub.[…] Nós nunca fizemos um pronunciamento público antes. Esse é o tamanho do vacilo [da Unity].”

Rami Ismail (desenvolvedor independente)

“(…) Continua a ser uma enorme incerteza para os desenvolvedores, um ajuste retroativo aos termos, uma quantidade absurda de rastreamento extra, uma impossibilidade técnica e o único modelo de negócios que pode levá-lo à falência.”

A Unity afirmou, na última terça-feira (12), que seu novo modelo de negócio representa “um aumento de preço que afetará apenas um pequeno subconjunto de usuários atuais do Unity Editor“. Uma alteração definida para o plano é que não existiria uma taxa sobre reinstalações — ou seja, a cobrança só ocorreria quando um usuário instalasse um jogo pela primeira vez. No entanto, múltiplos valores seriam cobrados se um usuário baixasse o mesmo título em diferentes dispositivos, e as regras sobre contagem de downloads e pirataria ainda são vagas.

Quanto aos serviços de games por assinatura, as taxas seriam cobradas dos distribuidores. No Game Pass, por exemplo, a conta iria para a Microsoft.

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De acordo com as informações divulgadas incialmente, a nova taxa sobre o uso da Unity Engine seria cobrada de títulos que faturaram US$ 200 mil ou mais no último ano e que têm pelo menos 200 mil instalações. Os assinantes do Unity Pro e do Unity Enterprise, por sua vez, teriam que pagar o valor extra ao ultrapassar US$ 1 milhão em receita e 1 milhão de instalações.

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Fonte: Eurogamer, Axios, IGN, TweakTown

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