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Desenvolvedor de PAYDAY 3 fala sobre a pressão de superar o antecessor

Mesmo uma década após o lançamento, PAYDAY 2 continua na lista de mais jogados do Steam. É, sem dúvidas, uma história de sucesso, mas, para os desenvolvedores da Starbreeze que planejam lançar a sequência PAYDAY 3 em setembro, isso também é motivo de pânico.

PAYDAY 2 é o nosso principal competidor”, afirmou Andreas Hall Penninger, designer principal do game inédito, em entrevista ao NerdBunker. Não que a Starbreeze não esteja confiante. Por exemplo, o papo aconteceu durante um evento na cidade de Nova York, sediado em um luxoso banco no Brooklyn, construído em 1875, o que deixou claro que o estúdio acredita que tem um novo hit nas mãos. Mas, ainda assim, é visível que os desenvolvedores entendem o padrão alto que precisam superar.

O antecessor teve 200 atualizações ao longo de uma década, crossovers com John Wick e Hotline Miami, e segue com dezenas de fases que podem ser jogadas em equipes de quatro assaltantes, além do fato de que o game frequentemente entra em promoção por alguns reais. “De um ponto de vista de conteúdo, há mais de 80 assaltos em PAYDAY 2, enquanto PAYDAY 3 terá oito no lançamento”, ressentiu o produtor. “Não conseguimos competir com isso.

Apesar disso, a Starbreeze se mostra empenhada em tentar. PAYDAY 3 pega todos os acertos do anterior e traz melhorias em vários departamentos, dos gráficos às mecânicas. Para Andreas Hall Penninger, isso deve ser o suficiente para convencer até os fãs mais hardcore a darem uma chance para o título inédito:

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Esperamos que a evolução seja o suficiente para nossos jogadores mais fiéis fazerem a troca. […] Dada todas as nossas evoluções – como a troca para a Unreal Engine, melhorias nos visuais, animação e inteligência artificial dos inimigos, e as adições que conversam com a fantasia de assalto, como poder pegar escudos humanos e negociar com a polícia – esperamos que isso seja o suficiente para incentivar a transição.

Nenhuma obra atinge o sucesso só pelos fãs de longa data. O estúdio está ciente disso, mas, ao ritmo que o papo com o produtor avançou, ficou claro que o novo game é feito sob medida para quem já conhece e ama a franquia:

Os fãs que estão jogando PAYDAY 3 acreditam ser uma grande melhoria e um passo na direção certa. Isso me reconforta porque é a coisa mais importante que temos: os fãs.

Claro que há o público geral, tipo quem gosta de jogos coop ou jogos de tiro multiplayer, mas, se os fãs estão satisfeitos, então estamos felizes. Acho que estamos chegando lá, dada a recepção dos previews e testes beta.”

Crimes do futuro

Lançado em 2013, PAYDAY 2 teve tanto conteúdo que se tornou um problema para a continuação [Créditos: Divulgação]

Parece redundante a ideia de ‘pregar para os convertidos’, mas talvez seja uma abordagem necessária na era em que há uma avalanche de jogos que pedem pela fidelidade de seus jogadores. Os ‘jogos como serviço’, com suas atualizações e mudanças constantes, recompensam com drops de conteúdo regular àqueles que mais dedicam tempo ao título. Curiosamente, podemos entender PAYDAY 2 como parte dessa leva, ainda que a categorização sequer existisse em 2013, quando o título foi lançado.

Assim, vale se perguntar: será que PAYDAY 3 tem o que é preciso para sobreviver, ou será que se tornará mais uma vítima do impiedoso e competitivo cenário que ajudou a construir?

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Faz tempo que acertamos a mão nesse estilo de ‘jogo como serviço’ e encontramos uma fórmula que funciona, já que ainda tem muita gente jogando PAYDAY 2”, afirmou um confiante Andreas Hall Penninger. “Mas PAYDAY, em geral, tem uma temática que segue única e preenche um vácuo no mercado. Não há muitos outros jogos de assalto.

O produtor até cita GTA Online, ao qual se refere como “uma experiência muito diferente”, e Crime Boss: Rockay City, que diz ser recente demais para ser uma ameaça consolidada. A Starbreeze briga mesmo contra o próprio passado ao mesmo tempo que gostaria que a cena fosse mais bem frequentada: “Há muito espaço para outro jogo de assalto porque a temática é muito forte”, disse.

Não é certo se PAYDAY 3 irá sobreviver ao momento atual, que já fez diversas vítimas que tentaram se arriscar pelas terras desoladas dos jogos como serviço. Mesmo assim, nós do NerdBunker só tivemos experiências positivas com o game.

Jogamos! Nossas primeiras impressões de PAYDAY 3

PAYDAY 3 segue caótico e divertido até com uma equipe atrapalhada [Créditos: Divulgação]

Durante o evento, nos cofres do luxuoso banco nova iorquino, tivemos duas horas para jogar duas opções de assalto da forma que quiséssemos. Aliado com três outros jornalistas, sendo um brasileiro e dois mexicanos, montamos uma quadrilha extremamente desengonçada — e nem isso impediu a experiência de ser intensa e divertida.

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O game pede por coordenação entre os assaltantes para extrair o máximo de dinheiro, mas é igualmente satisfatório quando os planos dão errado, os fuzis começam a cantar e você se vê no meio de acalorados tiroteios com a polícia, enquanto discute com seus colegas. Na verdade, nada é mais próximo de um filme de assalto do que isso.

Esse foi nosso segundo contato com o jogo, meses depois de um preview igualmente elogioso. As qualidades se mantêm, como a deliciosa jogabilidade e as agradáveis novas funções, portanto a única coisa que pode complicar o lançamento é a quantidade de conteúdo inicial. Oito assaltos não parece grande coisa, mas é bom lembrar que o submundo do crime de PAYDAY 2 não foi construído em um dia, e sim em uma longa década.

PAYDAY 3 chega ao PlayStation 5, Xbox Series X | S e PC em 21 de setembro. O jogo estará disponível no Game Pass onde o serviço está disponível e há crossplay entre todas as plataformas.

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