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Mortal Kombat 1 é deliciosamente brutal e viciante | Preview

Não é à toa que Mortal Kombat segue relevante mesmo após 30 anos. A franquia sempre soube como se renovar e, como é o caso de Mortal Kombat 1, até dar um passo para resgatar sua essência, quando necessário.

O game marca o segundo reboot da saga, que aproveita o retorno às origens para criar uma nova porta de entrada para novatos, sem perder os avanços e acertos dos títulos mais recentes. Ao longo do último fim de semana, entre os dias 18 e 21 de agosto, o NerdBunker aproveitou o beta do próximo Mortal Kombat, que se mostrou um robusto, viciante e sangrento jogo de luta.

Reservado para convidados e aqueles que fizeram a pré-compra do game, o beta trouxe tanto a clássica torre, em que se enfrentam vários oponentes controlados por um computador em sequência, quanto combates online contra outros jogadores. Seis lutadores jogáveis, sendo Liu Kang, Johnny Cage, Li Mei, Sub-Zero, Kitana e Kenshi, deram um gostinho do que esperar do lançamento.

Recomeço da pancadaria

Com visual clean, Mortal Kombat 1 volta às raízes da franquia [Créditos: Divulgação]

Mortal Kombat 1 leva a sério a ideia de um novo começo. Além da trama, que coloca Liu Kang como um deus e criador de um universo paralelo, a jogabilidade também busca uma certa simplicidade, que pode ter sido ofuscada nos títulos anteriores. Saem as relações complicadas entre personagens, os visuais complexos e sistemas desnecessários, como as variações de estilo de luta que marcaram Mortal Kombat X (2015) e Mortal Kombat 11 (2019).

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Aqui, as coisas são direto ao ponto. O jogador escolhe um lutador, vê sua lista de golpes e habilidades, e parte para a porradaria. Isso faz com que seja fácil de pegar o controle e tirar um contra. Não é exatamente tão intuitivo quanto Street Fighter 6, que tem esquemas de controle feito sob medidas para fisgar novatos, mas há indicadores de conceitos importantes para se ficar atento, como contra-ataques, bloqueios e punições para os erros de cada lutador.

O game não busca fazer grandes alterações à fórmula da franquia, e esse é um de seus pontos mais fortes. Sem nenhum truque ou sacada, há atenção redobrada ao ritmo da partida, como controlar a distância, buscar aberturas para atacar e saber como antecipar os golpes do rival. Pode parecer simplista para quem busca algo novo, mas há certa elegância em se preocupar em acertar em cheio no básico.

A grande novidade fica para o sistema de Kameos, que consiste em personagens secundários que prestam assistência aos lutadores. A utilização do reforço é muito bem dosada, com a ajuda chegando no apertar de um botão para realizar algum ataque determinado pelo jogador, que pode combinar a ação de ajuda com um botão direcional para variar a habilidade. Isso aumenta as possibilidades ofensivas e defensivas, como ao utilizar um golpe aéreo de Sonya Blade para finalizar um combo, por exemplo, mas um timer garante que a utilização do reforço seja contida. Não espere um caos de personagens secundários em tela ao estilo de Marvel vs. Capcom 3.

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O elenco de Kameos é diferente do principal, com nomes como Jax, Frost, Sonya e outros disponíveis apenas para auxílio. É uma forma de estender o número de personagens no game, ainda que seja um pouco triste não poder jogar com todos, visto que alguns deles são rostos que estão na franquia desde o primeiro game.

A jogabilidade simples rende partidas viciantes e brutais, em que todo erro abre a possibilidade de virada. Nos seis lutadores presentes, o beta apresentou robusta seleção de golpes, combos e habilidades especiais sem soar intimidador. Bastava algumas partidas com o personagem de escolha para entender como reagir na maioria das situações, como utilizar um anti-aéreo de Kitana para pegar um oponente no pulo, ou então a deslizada de Sub-Zero para escapar do perigo.

Sangue antigo

Humor sombrio permanece até no reboot da franquia [Créditos: Mortal Kombat 1/Captura de Tela]

Outra boa impressão que o beta deixou foi o visual de ponta do game. Em termos de estilo, tudo é um pouco mais “clean” que os anteriores, transmitindo a ideia de volta às origens até na estética menos adornada. Já em qualidade gráfica, o jogo não economiza em detalhes grotescos, especialmente nos golpes em Raio-X ou, claro, nos Fatalities. Sangue jorra, vísceras pulam para fora, vítimas viram os olhos e tremem em agonia, tudo no hiperrealismo da Unreal Engine 5.

O humor sombrio de Mortal Kombat 1 desce como uma luva para os amantes de uma boa sanguinolência, mas talvez o nível absurdo de violência gráfica tenha chegado ao limite — e até passado um pouco para os mais fracos de estômago. Existe algo mais “retornar às origens” do que um Mortal Kombat voltar a chocar e enojar por sua brutalidade?

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Talvez o único problema em potencial que surgiu no beta foi a conexão nas partidas online. Algumas das nossas lutas foram marcadas por lag, travamentos e certo delay que deixava a ação toda bem pesada. Esse é um mal particular do gênero, que pede por responsividade máxima em suas disputas, portanto fica a torcida de que tenham sido apenas tropeços dessa fase de testes.

A preocupação, porém, é leve em comparação com os vários acertos que Mortal Kombat 1 apresentou até agora. O reboot parece uma ótima oportunidade de mostrar novos caminhos para a franquia ao mesmo tempo que se torna mais acessível para novatos, sem perder sua jogabilidade afinadíssima e o humor macabro que foram aperfeiçoados ao longo desses 30 anos.

Mortal Kombat 1 chega em 14 de setembro para Xbox Series X | S, PlayStation 5, PC e Nintendo Switch. O preview acima foi feito com base na versão de Xbox Series X.

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