É inegável que 2023 está sendo um ano excelente para jogos brasileiros. Isso porque tivemos não apenas a chegada de grandes títulos, como Vengeful Guardian: Moonrider, Irmão do Jorel e I Did Not Buy This Ticket, mas também o anúncio de vários projetos promissores. E um deles é Midnight Dreams.

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Desenvolvido pelo estúdio Extraordinary Games, o jogo é uma aventura ao estilo plataforma que coloca o jogador na pele de uma criança que está presa em uma estação espacial em colapso. O objetivo é escapar dali, sendo guiado apenas por sua intuição, enquanto desvenda segredos e mistérios do local.

Para sentir um gostinho do que Midnight Dreams pretende oferecer, tivemos a oportunidade de jogar uma demo, com a sequência inicial do game, que nos cativou pela forma inteligente em como constrói uma experiência atmosférica regada pelo horror.

Pequeno pesadelo brasileiro

Com boa dose de inspiração nos clássicos Little Nightmares, INSIDE e Dead Space (uma mistureba que, acredite, funciona!), Midnight Dreams é um terror psicológico que aposta em subjetividade, jogabilidade simples e uma narrativa que preza a natureza interativa dos videogames.

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Os cenários são bem escuros propositalmente para criar uma identidade obscura e enigmática (Imagem: Midnight Dreams/Extraordinary Games/Divulgação)

Sem diálogos ou cutscenes, a história do jogo é narrada pelos próprios cenários e ambientação, que brincam com a presença (e a quebra) do aspecto 2.5D. Você explora uma estação espacial à beira da destruição, então os locais têm uma paleta de cores escuras, um aspecto misterioso e elementos tecnológicos, dando um toque sci-fi.

Explorar os cenários decadentes (no bom sentido), sem qualquer pista para onde ir ou o que fazer, é algo que provoca tensão e instiga mistério para o jogador, resultando em uma experiência bem atmosférica. Essa sensação ainda é intensificada pela ausência de trilha sonora, o que realça os sons ambientes de máquinas distantes, sendo aterrorizante na medida certa.

A falta de tutorial também é um acerto. O jogador é apenas “solto” no mundo de Midnight Dreams e precisa descobrir os comandos sozinho, o que é relativamente fácil, uma vez que são simples e intuitivos. Mas é bom sentir que o jogo confia em você para ditar o ritmo da experiência, incentivando-o a ser curioso.

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A maneira como o jogo brinca com proporção de tamanho para você se sentir pequeno é certeira (Imagem: Midnight Dreams/Extraordinary Games/Divulgação)

Senti apenas a falta de mais quebra-cabeças de ambiente. Há momentos em que é preciso superar enigmas de travessia e até uma perseguição, mas que são rápidos demais, deixando a sensação de que os cenários poderiam ter mais interação — algo que deve ser “corrigido” na versão final do game, uma vez que jogamos apenas uma sequência limitada.

Um terror promissor

Como uma grande fã de terror, é difícil não me empolgar com Midnight Dreams. É um jogo relativamente simples, mas que consegue capturar a atenção do jogador em poucos segundos ao fazer tão bem o que propõe.

A movimentação da câmera oscila durante a exploração, o que brinca com a dimensão dos cenários (Imagem: Midnight Dreams/Extraordinary Games/Divulgação)

Ainda fico curiosa para saber mais sobre a história não só da estação espacial, mas principalmente do protagonista, que é uma criança com transtorno do espectro autista (TEA). Segundo os desenvolvedores, o jogo foi criado com a orientação de uma consultora médica para abordar os desafios, as conquistas e a perspectiva única de pessoas no espectro autista, o que dá um toque bem singular à narrativa.

É também empolgante saber que é o primeiro projeto da Extraordinary Games, um estúdio com apenas sete desenvolvedores, que já aparece com um início promissor. Para fãs do gênero, Midnight Dreams é definitivamente um jogo para se manter no radar.

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Midnight Dreams será lançado para PC e consoles no segundo semestre de 2024.

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