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Pikmin 4 diverte e inova ao expandir a franquia para ampliar seu público | Review

Após 10 anos, Pikmin está de volta! Uma das franquias de estratégia em tempo real mais peculiares da Nintendo (e de toda a indústria) retorna com Pikmin 4, colocando mais uma vez o jogador em um RTS cheio de criaturas esquisitas e coloridas.

Desde que foi anunciada, a proposta do quarto jogo foi descrita de forma levemente diferente dos antecessores, apostando em mecânicas inéditas e até uma montaria, para servir como porta de entrada para novos jogadores, mas sem esquecer os fãs antigos.

Com isso em mente, Pikmin 4 expande a estrutura e principalmente a jogabilidade dos títulos anteriores, apresentando uma fórmula que mexe com a dinâmica da franquia. O resultado é uma experiência que, por mais que deixe de lado a complexidade que deu cara à série em alguns momentos no passado, acaba sendo um jogo cativante, viciante e indispensável do Nintendo Switch.

Desabrochar do novo Pikmin

Em Pikmin 4, o jogador é membro de uma equipe de resgate e precisa explorar a Terra em busca do Capitão Olimar, que se perdeu durante uma expedição. Os planos de resgate, no entanto, dão errado quando a nave espacial quebra e os integrantes se perdem pelo planeta.

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O objetivo do jogador, então, é encontrar tesouros para reparar a nave, enquanto procura e resgata os membros da tripulação e até outros viajantes que também estão perdidos.

Para isso, quem está jogando conta com auxílio dos Pikmin, pequenas criaturas que servem como ajudantes para derrotar as criaturas perigosas da Terra e coletar os tesouros espalhados pelos cenários, com um sistema diário de limite de tempo — seguindo a mesma lógica dos jogos anteriores.

Apesar de ser uma personalização limitada, o jogador cria seu próprio personagem e escolhe a cor de toda a tripulação (Imagem: Pikmin 4/Nintendo/Captura de tela)

Porém, Pikmin 4 se distancia dos antecessores ao apresentar novidades na jogabilidade que ampliam as possibilidades de estratégia e, consequentemente, oferecem uma experiência mais diversa, simples e acessível.

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Essa ideia começa por Otchin, o carismático cachorro da brigada, que não é apenas uma simples montaria. O “salvacão” auxilia na movimentação do jogador, possibilitando que a exploração seja mais rápida e eficaz, uma vez que ele nada, salta e até agrupa os Pikmin na parte traseira. Ao decorrer da história, o cãozinho cresce e pode desbloquear melhorias e habilidades, que auxiliam ainda mais na exploração e no combate contra inimigos.

Além do “salvacão”, também há novos dispositivos e itens variados que podem ser desbloqueados para o protagonista e facilitam o comando dos Pikmin, como dar ordens específicas à distância. Há ainda pequenas melhorias orgânicas, que tornam o gameplay mais intuitivo, como a inteligência artificial aprimorada das criaturas, a movimentação fluída da câmera e, é claro, novos tipos de Pikmin que oferecem efeitos diferentes no gameplay.

A mesma lógica de expansão com novidades é aplicada na estrutura do mundo de Pikmin 4, que é dividido em regiões isoladas. A exploração dos cenários ainda conta com cavernas, chefões e tesouros escondidos, mas expedições noturnas e “batalhas” ao estilo competitivo são introduzidas pela primeira vez na campanha.

Como de praxe, existem vários tipos de Pikmin que, dependendo da cor que apresentam, têm habilidades diferentes como mais força ou resistência a fogo, eletricidade e água (Imagem: Pikmin 4/Nintendo/Captura de tela)

Todo o conjunto de novidades e melhorias é uma evolução da estrutura clássica de Pikmin, alterando a dinâmica da expedição pelo planeta de forma significativa, tornando o gerenciamento das pequenas criaturas relativamente fácil e agradável — o que, por um lado, é bem positivo, mas não deixa de sacrificar algumas características antigas da franquia.

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Além de ter um início lento por ser carregado de tutoriais e diálogos, também existe uma falta de simplicidade da narrativa, algo presente em Pikmin anteriores (como a ideia de ser apenas um viajante espacial que caiu em um planeta bizarro, sem muitas informações). Em vez disso, Pikmin 4 opta por uma estrutura ambiciosa, introduzindo uma narrativa com vários NPCs e um posto de comando, que serve como base segura para atualizar habilidades, conversar com outros personagens e coletar recompensas pelos feitos durante a exploração.

Além disso, senti a falta de mais chefes nas cavernas e de mecânicas levemente punitivas, que tornavam o fato de vagar pelos cenários algo assustador. Alguns exemplos são que os inimigos permanecem mortos de um dia para outro (sem forçar o jogador a derrotá-los novamente) e existe a opção de refazer uma expedição inteira, se você achar que seu desempenho não foi o melhor.

A sensação que fica é que o quarto jogo quer dar uma nova cara à franquia, o que pode algo bom ou ruim, dependendo da preferência do jogador.

O posto de comando é uma área que funciona como um “hub” (Imagem: Pikmin 4/Nintendo/Captura de tela)

Em relação ao visual, a estética cartunesca é mantida, só que apresenta cenários bem coloridos e chamativos, com um excelente sistema de iluminação, sendo um salto imenso dos antecessores. Acredite, não há outro Pikmin tão bonito quanto este!

Pikmin 4 ainda é o primeiro jogo da franquia a ter localização em português brasileiro, que está cuidadosa e faz um excelente trabalho em manter o tom bem-humorado de brincar com trocadilhos e piadas na descrição de itens e diálogos.

Por fim, o jogo também apresenta um modo cooperativo, mas que o segundo jogador apenas controla uma mira na tela, podendo atacar inimigos com pedras ou oferecer itens — algo ao estilo de Mario Galaxy.

A descrição de itens continua na mesma pegada engraçada, como ter um nigiri sendo chamado de “almofada de pescado”, um limão de “bomba caretadora” e por aí vai! (Imagem: Pikmin 4/Nintendo/Captura de tela)

Mesmo entre mudanças que afetam características antigas da franquia, Pikmin 4 introduz novidades que dão uma boa mexida na fórmula dos antecessores e, ao mesmo tempo, consegue manter aquela essência excêntrica do RTS que floresceu no coração de tantos fãs nas últimas décadas.

A maior diferença é que dá para sentir que é uma experiência moderna de Pikmin, que visa principalmente conquistar novos jogadores e dar início a uma nova fase da saga.

Seja como for, Pikmin 4 não deixa de entregar uma campanha competente e divertidíssima, que não se estende mais do que deveria, e também oferece bastante conteúdo opcional para aqueles que quiserem explorar mais ainda e descobrir todos os tesouros, tripulantes perdidos e segredos da Terra.


Esta review foi feita com uma cópia cedida pela Nintendo.

Pikmin 4 será lançado para Nintendo Switch no dia 21 de julho.

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