É preciso ser honesto: eu não estava muito animado para Skull and Bones. O projeto, que surgiu a partir de Assassin’s Creed: Black Flag (2014), está em desenvolvimento há tanto tempo e já passou por tantos adiamentos que é difícil manter a empolgação. Além disso, a premissa de combates navais nunca me pareceu muito atraente — até jogar o game.

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Pouco após nossa Priscila Ganiko voltar de Singapura rasgando elogios à experiência, a Ubisoft convidou o NerdBunker para conferir o conteúdo de endgame do jogo, ou seja, testar as missões e jogabilidade que serão encontradas ao atingir o nível máximo.

A versão de demonstração prática do final de jogo nos permitiu customizar um pirata de alto nível, além de modificar vários tipos de embarcação e partir por aventuras desafiadoras, que pediam por cooperação com outros marinheiros. Segundo os desenvolvedores, nesse estágio do game, o objetivo do jogador é manter e expandir o império de tráfico marítimo que criou ao longo da jornada. Isso significa bater cabeças com demais jogadores e temidos piratas lendários.

O teste foi realizado na metade de janeiro, com o game transmitido via streaming, em uma sessão com vários colegas jornalistas. Foram três horas de jogo que só deixaram vontade de jogar bem mais.

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Para resumir os pontos altos da experiência, separamos abaixo cinco coisas que adoramos em Skull and Bones!

Os controles intuitivos

Simples de dominar, é muito satisfatório navegar pelos mares [Créditos: Skull and Bones/Captura de tela]

Em Assassin’s Creed: Black Flag, a navegação já era mecânica bem afiada e desenvolvida, mas havia a possibilidade da Ubisoft tentar aprofundar a jogabilidade, para criar que justificar ter um game focado só em batalhas navais.

Ainda que novos sistemas tenham sido sido adicionados, me surpreendi com a simplicidade e eficiência dos controles. Há apenas um botão de acelaração e outro de frenagem, com a direção do vento contribundo para atingir velocidade máxima. Dá para sentir o peso da embarcação, e é preciso saber manobrar e controlar a aceleração, mas é tudo bastante intuitivo e simples de dominar.

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Claro que sistemas mais complexos têm o seu valor — é uma delícia o caos de controlar as várias partes individuais do navio durante uma batalha em Sea of Thieves, por exemplo —, mas a simplicidade abre as portas para que os vários outros elementos sejam apreciados.

O combate

Combate é o foco de Skull and Bones, e acontece até entre NPCs [Créditos: Captura de tela]

Assim como a navegação, o combate é igualmente satisfatório e intuitivo, além de ser o grande foco do game. Os navios são divididos em três classes diferentes — Suporte, Tanque e DPS (Dano por Segundo).

Em todos os casos, as embarcações são equipadas com canhões por todos os lados. Dependendo do lado que a mira estiver, um canhão diferente é acionado, o que pede que o jogador sempre esteja consciente da próprio posicionamento e movimentação. Há diversos tipos de canhões, de munições e efeitos variados, portanto as brigas acabam tendo um bom elemento de estratégia e habilidade.

Nos nossos testes, enfrentamos criaturas do mar, navios piratas controlados pelo computador, outros jogadores, e também chefões poderosos, que só podiam ser derrotados em um grupo de seis players. Em todas as situações, foi muito satisfatório estar em constante movimento, buscar os ângulos corretos para usar os canhões mais fortes em pontos fracos, ou então ficar rodeando aliados com tiros de cura.

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A cura, aliás, é um fator que não deve ser diminuído no combate. Brigas costumam comer uma boa parte da vitalidade do navio, e os itens de cura têm tempos de recarga consideráveis, coisa de 90 segundos. Sendo assim, ao jogar em grupo, é bem importante que as equipes tenham jogadores de todas as classes trabalhando entre si, com Tanques absorvendo o máximo de dano, Suportes curando os aliados, e os DPS distribuindo dano massivo nos oponentes.

A customização

Criamos nosso navio a partir de centenas de opções de customização [Créditos: Captura de tela]

Tudo bem que a versão que jogamos do jogo estava com tudo no nível máximo, mas ainda assim foi surpreendente ver a grande variedade de opções de customização disponíveis. É possível modificar quase todos os elementos do navio, tanto em nível estético quanto em termos de estatísticas e funcionalidades.

Como citado acima, há vários tipos de canhões, e também muitas opções de mobília e cascos, que trazem bônus adicionais. Para enfrentarmos um chefão, por exemplo, foi preciso equipar nossos navios com partes específicas que aguentassem os ataques venenosos dele.

Em nível estético, é bem satisfatório customizar o navio e o pirata principal. Há diferentes opções de cores, ornamentos, roupas e acessórios para que tudo fique com a sua cara. Dá até para mudar os uniformes da tripulação! Entre os jornalistas e criadores de conteúdo na sessão de testes, surgiu um consenso: se tivéssemos mais tempo, perderíamos algumas horas só na customização.

As músicas e a tripulação

Tripulação opera os canhões, guia o jogador e ainda canta! [Créditos: Skull and Bones/Captura de tela]

Uma das melhores partes de Assassin’s Creed: Black Flag marca presença novamente. É possível ordenar que a tripulação cante algumas músicas durante as jornadas, o que torna o passeio pelo mar muito mais divertido e agradável.

A tripulação, aliás, é um ponto bem maneiro. Ainda que meros personagens não controláveis, os marujos frequentemente falam com o capitão (vulgo você, o jogador) sobre o status do navio, sobre lugares para explorar, sobre perigos iminentes e afins. É uma forma legal de dar dicas ao jogador de forma menos óbvia, sem quebrar muito a imersão com mensagens na tela ou ícones no mapa — ainda que esses estejam presentes, claro.

Os pets

Sim, há pets em Skull and Bones!! [Créditos: Captura de tela]

Todo jogo fica melhor com bichos! Uma das agradáveis surpresas da customização é a possibilidade de escolher um pet para acompanhar o capitão no navio. Dentre as opções disponíveis na versão que jogamos, havia um gato com perna de pau (!) e três opções de lêmure, como um de chapéuzinho de pirata e outro chamado Maurine.

Infelizmente, não dá para fazer carinho neles, e eles não fazem nada além de ser fofos. Mas, em dado momento, descobrimos que é possível curtir o game em primeira pessoa, na perspectiva do capitão no controle do leme do navio. Não só é legal ver o mar, a embarcação e a tripulação dessa visão, como também é reconfortante ver o pet bem na sua frente. Com sorte, mais opções de bichanos serão lançadas quando o jogo sair oficialmente.

No fim das contas, a experiência com Skull and Bones acabou sendo muito mais positiva e viciante do que o imaginado. Restam algumas dúvidas em relação a repetição da jogabilidade a longo prazo, ou se haverá missões variadas o bastante para que tudo não caia na mesmice, mas nada disso foi preocupação durante as três horas que aproveitamos — e já queremos mais.

Skull and Bones finalmente chega ao PC, Xbox Series X | S e PlayStation 5 em 16 de fevereiro. O jogo estará disponível no serviço Ubisoft Connect.