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Novo Meninas Malvadas atualiza história para nova geração, e não passa disso | Crítica

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A adolescência é uma das fases mais estranhas da vida, por isso é comum que vários filmes e séries falem sobre esse período tão confuso. Os anos 2000 foram palco de vários lançamentos do gênero, incluindo Meninas Malvadas. Feito em 2004, o longa conquistou uma boa base de fãs ao contar uma história muito simples, mas cheia de nuances interessantes. 20 (sim) anos depois, um novo Meninas Malvadas chega aos cinemas, repetindo a história, agora como musical. E o resultado é satisfatório, mas não passa disso.

Aqui, Angourie Rice (Homem-Aranha: De Volta ao Lar) é Cady Heron, uma jovem ingênua, que passou a maior parte da vida sendo educada em casa. Sem absolutamente nenhuma habilidade social, ela é jogada no ensino médio de uma escola tipicamente americana: com os grupos de atletas, nerds, artistas e Regina George. Abelha-rainha clássica das histórias adolescentes americanas, a personagem é vivida aqui por Reneé Rapp, que também a interpretou no musical da Broadway, em meados de 2019.

Seguindo a história original, Cady é atraída pelo grupo de patricinhas comandado por Regina George e, a partir daí, entra em uma sequência de problemas escolares, polêmicas com crushes e festas que saem do controle. Uma típica história adolescente americana.

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Pelo lado positivo, o novo Meninas Malvadas acerta ao colocar as músicas como parte da narrativa. Inspirado pelo musical da Broadway, o longa utiliza tais momentos para aprofundar os sentimentos dos personagens. Assim, a música não existe apenas pela música — há uma função bem aproveitada dentro da história, que torna tais momentos igualmente, e até de forma contraditória, grandiosos e intimistas.

Também não há como não elogiar a parte técnica do novo longa. Comandada por Samantha Jayne e Arturo Perez Jr., ambos da minissérie Quarter Life Poetry, a produção é bem filmada, com movimentos de câmera e uso de fotografia que potencializam todo o drama adolescente. Vale o destaque para os momentos em que Cady percebe que está apaixonada e quando Regina George começa a planejar sua vingança.

Mas, nem tudo é como um dia perfeito na escola. Toda essa qualidade técnica esbarra no fato de Meninas Malvadas ter uma história pouco inédita para os dias atuais. Consciente disso, o roteiro assinado por Tina Fey busca repetir o feito de 2004, transformando um filme simples com a adição de um tempero diferente aqui e ali. A tentativa é válida e gera bons momentos, mas não ao ponto de tornar o novo longa tão icônico quanto o anterior.

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Imagem do novo Meninas Malvadas
Reneé Rapp é a abelha-rainha do novo Meninas Malvadas, mas não inova (Paramount/Divulgação)

Sim, é complicado comparar obras lançadas com 20 anos de diferença, mas a questão aqui é que o Meninas Malvadas de Lindsay Lohan e Rachel McAdams continua muito recente na mente dos fãs – inclusive ganhando uma sobrevida com diversos memes nas redes sociais. A comparação se torna inevitável e a sombra desse sucesso paira o tempo todo na nova produção, que parece sentir o peso e desejar ser tão icônica quanto a anterior, sem nunca realmente chegar lá.

Esse ponto se reflete no elenco. Angourie Rice entrega uma boa atuação como Cady, embora convença mais nos momentos ingênuos e menos quando a personagem tem sua virada. Já Reneé Rapp gera sentimentos conflitantes. Ela é boa como Regina George, mas não tão boa quanto poderia ter sido. No mar de dificuldade que é interpretar uma personagem que já existe e é tão amada, Rapp faz um bom trabalho, mas não deixa uma marca ou algo que Regina George já não tivesse.

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Aliás, é esse o sentimento geral quando o filme termina. O novo Meninas Malvadas é competente e divertido, com bons momentos (Tina Fey rouba a cena quando está em tela) e músicas bem executadas, mas não agrega nada que a franquia já não tivesse. Talvez o lançamento faça sucesso com a nova geração, que terá um Meninas Malvadas para chamar de seu, mas dificilmente sairemos por aí cantando a música de Regina George nos próximos anos.

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Meninas Malvadas está em cartaz nos cinemas brasileiros.

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