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Granblue Fantasy Versus: Rising é uma chance extra de curtir a franquia | Review

Não é sempre que o deus dos jogos de luta olha para um filho e diz: “Toma aí mais um round para brilhar”. Mas foi o que aconteceu com Granblue Fantasy Versus: Rising, continuação do original, desta vez bem equipado para enfrentar de igual para igual seus adversários no competitivo mundo dos fighting games.

Popular dentro do nicho dos jogos de “gacha” para celulares desde o seu lançamento em 2014, Granblue Fantasy tentou a sorte com uma série de projetos multimídia. Em 2016 ganhou um mangá, em 2017 virou anime e em 2019 iniciou seu projeto duplo entregando dois games inspirados na franquia: um jogo de luta e um RPG de ação (que sai em 2024).

Imagem de Granblue Fantasy Versus: Rising
Será que você tem o que é preciso para sobreviver como um aeroviajante? (Divulgação)

Falando especificamente do jogo de luta, ele veio em uma parceria com a Arc System Works, famosa por Guilty Gear, Blazblue e colaborações como Dragon Ball FighterZ, Persona 4 Arena e, mais recentemente, DNF Duel. Granblue Fantasy Versus era bonito, tinha um combate 2D tradicional e tentava ajudar o jogador menos experiente com comandos facilitados, de forma a tentar diminuir a frustração de alguns jogadores.

O problema é que ele foi lançado entre 2019 e 2020, começo de pandemia e com um gameplay online criado em cima do sistema do “delay netcode”, prejudicado por longas distâncias e conexões ruins. O game saiu, ninguém deu a mínima, e o Evolution 2020, o maior torneio de jogos de luta do mundo, precisou ser realizado numa versão online especial inédita, inviabilizando a participação de GBVS no torneio, pois seu ambiente online era insustentável no competitivo.

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Segunda chance

Imagem de Granblue Fantasy Versus: Rising
Novo no game, Siegfried luta para controlar seu sangue de dragão e não prejudicar seus amigos (Divulgação)

Granblue Fantasy Versus: Rising é, literalmente, uma chance extra do game se apresentar para o seu público em 2023. Agora preenchendo todas as caixas de confirmações de uma lista exigente dos jogadores, o jogo tenta se consolidar no cenário competitivo dos jogos de luta para 2024 e adiante.

São 29 bonecos para escolher – 25 do jogo original, mais quatro inéditos –, um modo história que reconta os acontecimentos do primeiro jogo e adiciona mais duas histórias exclusivas, modo arcade, versus e treino com desafios de combos, além da reformulação do modo online, que agora conta com o sistema rollback para partidas mais fluidas e menos estressantes.

Além disso, o game ganhou o Grand Bruise, um “modo Fall Guys”, para você brincar naquelas gincanas de minigames com até 30 jogadores simultâneos. É uma nova maneira de curtir seu avatar fofinho longe dos lobbies básicos de jogatina online (e uma boa forma de vender itens de personalização ao jogador sempre que possível). A Cygames deixou aberta a possibilidade de adicionar novos minigames ao Grand Bruise em algum momento pós-lançamento e manter a diversão viva por mais tempo.

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RPG um pouco menos RPG

Imagem de Granblue Fantasy Versus: Rising
A campanha conta com mais de 10 horas de história dividida em três atos (Divulgação)

O game entrega muito conteúdo novo, seja no multiplayer ou no modo para um jogador. Toda a campanha RPG foi atualizada, ficou mais enxuta e perdeu algumas coisas até bacanas, como sistema de subida de nível e a troca de armas – necessária no jogo antigo para buscar fraquezas dos adversários.

Os próprios capítulos ficaram menores e mais direto ao ponto. Tudo se tornou mais fácil e menos burocrático, com o foco narrativo voltado exclusivamente para a história contada no estilo visual novel (muita conversa entre os personagens e, de vez em quando, uma cena extra animada através do motor gráfico do jogo).

A história é dividida em três partes, liberadas de acordo com o seu término. Se você não jogou a campanha do primeiro, não se preocupe, ela está inclusa. Se tiver jogado, paciência, vai ter que jogar de novo. Algumas coisas ficaram de fora do novo game, como a Torre de Babel (uma torre de desafios), enquanto outras, como a lojinha de itens de personalização, não fazem mais parte do modo RPG, mas do jogo como um todo. Só que a personalização agora é apenas estética, sem influência no gameplay.

Aprender (quase tudo) de novo

Imagem de Granblue Fantasy Versus: Rising
O Grand Bruise pode ser seu lugar de descanso entre as partidas ranqueadas (Divulgação)

GBVS Rising manteve algumas características do jogo antigo, mas também adicionou novas mecânicas especiais, que o diferencia dos demais jogos no mercado. Uma grande mudança facilita o acesso de novos jogadores ao mundo dos fighting games, às vezes tão complexo e exigente que acaba intimidando a maioria dos curiosos.

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GBVS introduziu ao seu gameplay um sistema simplificado de movimentos especiais, realizados apenas com o apertar de uma direção e um botão. A desvantagem no jogo anterior era que utilizar comandos de atalho aumentava o tempo de cooldown do golpe utilizado.

Em GBVS Rising o cooldown de execução não existe mais. Tanto faz o jogador se beneficiar do atalho ou realizar os golpes da forma tradicional. Com o advento de Street Fighter 6 e seu modo Moderno para os comandos (muito similares aos de Granblue Fantasy), a Cygames resolveu apostar abertamente no rejuvenescimento da cena e, ao seu modo, tentou criar uma chance justa aos novatos no gênero.

Imagem de Granblue Fantasy Versus: Rising
Os comandos simplificados ajudam na hora de mandar um “róris” na hora certa (Divulgação)

Tivemos também a adição do Brave Counter, com um contador localizado acima das barras de vida que mostra quantos desses movimentos você pode realizar num round. Quando utilizado no ataque, ele funciona como um golpe indefensável e, quando conecta, é possível continuar o ataque e criar uma investida única para capitalizar um combo maior. Na defesa, interrompe o ataque adversário, colocando o jogo em situação neutra para que ambos tentem novas investidas.

A barra de Skybound Arts (os supers do jogo) está abaixo da barra de vida e serve para a gente mandar aquele especial maroto que causa muito dano. Em Rising, essa barra ganhou um novo propósito com a chegada das Ultimate Skills. Com 50% da barra é possível utilizar quatro golpes especiais distintos (cada um representando uma das suas habilidades especiais) e criar novas situações de combos ou de finalizações, depende do seu intuito.

Grátis numa versão limitada

Imagem de Granblue Fantasy Versus: Rising
Os lobbies online são grandes e simulam casas de fliperama japonesas (Divulgação)

Granblue Fantasy Versus: Rising não é um jogo de luta popular ao ponto de fazer seus interessados abrirem a carteira sem cerimônia. Em um mercado competitivo como o dos fighting games, só é possível tirar a atenção do jogador mais casual de um Street Fighter ou Mortal Kombat oferecendo valores diferenciados.

E está aí a aposta da Cygames, de entregar uma versão grátis ao jogador. Com as partidas ranqueadas online em destaque, a versão gratuita de GBVS Rising chega com rotação de lutadores: quatro por vez e opções limitadas a partidas casuais e ranqueadas, sem a possibilidade de criação de lobbies para jogatina online. Isso ajuda a manter a cena do jogo sempre movimentada em um primeiro momento, mesmo que o futuro do jogo ainda seja incerto em termos competitivos.

Com todas essas características, Granblue Fantasy Versus: Rising merece a sua atenção. Estamos vivendo uma nova era de ouro dos jogos de luta, agora atualizados para uma nova demanda, com foco na jogatina online e muito conteúdo para quem está ingressando agora no gênero. Seja você um “online warrior” ou um fã de histórias e personagens carismáticos, Granblue tem muito para lhe oferecer.

Granblue Fantasy Versus: Rising está disponível para PlayStation 4/5 e PC.

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